De: Vitor Silva - "Podcast «O Porto em Conversa #5»"

Submetido por taf em Quinta, 2009-05-07 23:21

Nesta edição do podcast O Porto em Conversa falei com Catarina Martins da companhia de teatro (e não só) Visões Úteis. A conversa foi naturalmente sobre cultura, desde a relação do público com a arte contemporânea à importância dos teatros municipais (e a questão portuense do Rivoli). Falámos ainda de alguns projectos como o Coma Profundo (que está disponível em podcast para qualquer pessoa no site da companhia) e outros similares ("Errare, Parma; "Os ossos de que é feita a pedra", Santiago de Compostela) que podem também servir de valência turística para a cidade. E naturalmente os custos da cultura...

Podem descarregar o programa directamente ou subscrever o podcast através deste link. A seguir têm um breve resumo dos temas abordados e em que parte do programa foram abordados.

00:35 - Visões Úteis uma companhia criada no Porto por pessoas (quase) todas fora do Porto. "decidimos conscientemente que queríamos vir fazer teatro para o Porto, achamos que isso tinha sentido, para nós tinha sentido a ideia de uma segunda cidade do país, um segundo centro"

02:15 - Teatro contemporâneo feito como era feito há 50 anos atrás? "tudo muda e a forma como se chega à informação tem mudado muito nos últimos anos, a forma mais difícil de o público fruir teatro é na relação convencional, exige uma atenção e um tipo de conhecimento da convenção teatral que é muito complicada hoje em dia a muitas pessoas."

04:00 "Há muitas convenções em Portugal sobre o que é acessível e o que não é acessível e que não corresponde [totalmente à realidade]" => falta de acessibilidade ou falta de meios para publicitar o que é feito?

04:52 "Num centro urbano é muito mais difícil chegarmos às pessoas que não costumam usufruir da arte porque não temos os meios de promoção para lhes conseguir chegar"

05:00 Audiowalks - "coma profundo", foz porto; "errare," parma; "ossos de que é feita a pedra", santiago compostela

10:00 "Porto oferece cada vez menos condições de trabalho para os artistas". "Não há condições de produção"

11:30 Necessário espaços com relações com públicos

14:15 Necessidade de um teatro municipal: "um teatro municipal é a ligação entre a população de uma cidade e a arte"

18:00 Sobre o Rivoli

18.40 Ligação à comunidade

20:10 Públicos: crianças adultos. "tem de haver uma forma de por a crianças que estão integradas nestes programas [acções do serviços educativos de algumas instituições] a levar esta informação para casa"

21:00 Custos económicos da cultura, financiamentos, ...

22:00 De onde vem o dinheiro para a cultura... de todos nós. "[Sendo financiados por uma fundação privada galega alguns poderiam dizer que não recebemos subsídios] isso é mentira, quem pagou o nosso trabalho foram os contribuintes galegos, os contribuintes europeus, ..."

23:00 "Normalmente todo o dinheiro que há para a arte... para a ciência... acaba por vir de dinheiros públicos"

23:50 "A pergunta não é de onde vem o dinheiro, o dinheiro vem dos impostos de nós todos, a pergunta é para onde vai o dinheiro que sai dos nossos impostos, se vai para onde deve ir."

25:00 Qualidade (técnica) dos espectáculos

26:00 "Programas [de apoio] existem não para apoiar um produto mas para assegurar a pluralidade"

28:00 Impacto da economia na cultura

29:00 "As pedras são sempre as mesmas o que se passa à volta das pedras é que vai mudando e vai chamando as pessoas mais do que uma vez, as indústrias criativas desenvolvem-se ou não porque os próprios profissionais que trabalham nas indústrias criativas mesmo que eles não sejam artistas ou não tenham vocação artística alimentam a sua capacidade de ver as coisas de forma diferente pelo meio em que estão inseridos e pelo dinamismo criativo que esse meio possa ter ou não".

31:00 Apoio a primeiras obras

32:30 É possível haver cultura sem estado ou com menos estado?

33:30 Rivoli outra vez

34:00 Teatro municipal vs teatro em propriedade do município

35:30 Investimentos nacionais e como se reflectem na responsabilidade que os locais que os recebem adquirem

38:00 Aposta nas grandes instituições culturais. "Acho que as grandes instituições têm de acordar muito para a cidade e têm de perceber que a sua projecção internacional tem tão mais sentido quão mais profunda for a sua implantação local" (...)

39:00 "Por outro lado as grandes instituições também tinham direito de o ser, sem mais nada, sem também que assumir o papel das médias que não existem"

40:00 Projectar o teatro do Porto no resto do país

41:00 "Taxa que a câmara do Porto cobra pelo transporte [de cenários de companhias do porto para outros locais] é duas vezes superior ao preço de mercado"

43:30 Apoio à cultura ou apoio aos bairros... um exemplo concreto.

44:30 Arte e turismo. objectos artísticos como valência turística.

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