De: Alexandre Burmester - "I don´t make news... I´m out"
Caro Vitor Silva, acho que percebeu bem o conteúdo do meu texto, e nas perguntas que me dirige inclui as próprias respostas. Contudo terei muito gosto em lhe responder.
Os candidatos são um “Bando de desconhecidos”, porque ninguém os conhece. Fazem parte de uma lista às eleições que contém meia dúzia de cabeças de cartaz (porque depois da meia dúzia já ninguém presta atenção à lista), mas que logo após eleições fogem, ficando as segundas ou terceiras escolhas. Se tiver tempo leia a lista de Deputados Municipais ou os da Assembleia da República e duvido que conheça mais do que essa meia dúzia. São desconhecidos porque na sua maioria são o que resta do aparelho partidário que ainda não usufruem de cargos. Infelizmente já não se vêem políticos que acreditam em ideias ou mesmo ideologias (já ninguém acredita). Alguns têm espírito de serviço mas infelizmente são poucos, e porque têm dignidade saem com regularidade da vida pública quando em conflito.
Aliás a qualidade dos políticos tem baixado tanto que não são desconhecidos à toa. Se não aparecem é porque não têm nada a dizer ou a fazer, limitam-se à obediência partidária fazendo número. São um “Bando”. Por isso disse o que disse, mas não digo nada de novo. Há muito pouco a fazer com este modelo político. Houvesse em Portugal um qualquer sistema de eleição em que soubéssemos quem elegíamos e que permitisse avaliá-los durante o mandato, e se calhar seríamos mais a votar e mais a concorrer. Houvesse qualquer outro sistema de gestão e comunicação que não os “Editais” e as “Discussões Públicas” e seríamos muitos mais a participar na vida pública.
Agora confesso-lhe que eu não sou candidato a nada e, quanto aos Partidos, uso daquela máxima de que não faço parte de nenhum clube que me aceite por sócio. Mas não deixo por isso de participar na vida pública quando sou chamado ou quando acho que devo intervir. Agora o que infelizmente constato no que escrevi “Mais umas eleições. Mais uns candidatos. E mais do mesmo.” é que, para além desta subserviência e jogo partidário, os candidatos que se perfilam no Porto não têm um discurso maior do que a distância entre a Circunvalação e o rio Douro, e não trazem a dimensão regional que o Grande Porto tanto necessita.
Alexandre Burmester