De: Pedro Aroso - "Errar é humano, errar duas vezes é lusitano"
Ontem ao fim da tarde a Dra. Elisa Ferreira teve a gentileza de me ligar, explicando os motivos da sua ausência no debate promovido pela Junta de Freguesia de Nevogilde. Como a conversa se prolongou durante mais de 20 minutos, e para não correr o risco de distorcer as suas palavras, mesmo que involuntariamente, solicitei-lhe o envio de um email com uma breve síntese, que passo a transcrever:
“Caro Pedro Aroso,
De acordo com a nossa conversa telefónica de há pouco, tomei conhecimento do desafio que me fez (em "A Baixa do Porto") no sentido de estar presente na sessão hoje organizada pela Junta de Nevogilde sobre as características da linha de metro do Campo Alegre. Devido a outros compromissos já assumidos, a referida participação não me é viável. Estou, no entanto, disponível para ser parte de um debate sobre o tema "Metro do Porto" que queira organizar, no pressuposto de que ele possa ocorrer em moldes que permitam dar voz, em condições equilibradas, às principais diferentes posições conhecidas.
Fico a aguardar a reacção que tiver por bem.
Com os melhores cumprimentos,
Elisa Ferreira”
Agradeço à Dra. Elisa Ferreira a sua disponibilidade para participar num futuro encontro que, na minha opinião, também deveria envolver a população de Matosinhos-Sul. Curiosamente, até agora, ninguém se mostrou preocupado com as consequências muito gravosas que esta nova linha vai gerar na entrada do concelho vizinho. Recordo que o traçado prevê o atravessamento da “rotunda da anémona” - Praça Cidade S. Salvador e o seu prolongamento ao longo da Rua Brito Capelo, até ao cruzamento da Avenida da República (sempre à superfície).
Em relação à sessão de esclarecimento diria que, apesar de aqui e ali se terem ouvido vozes dissonantes (algumas com propostas absolutamente surrealistas), o debate foi mais morno quando comparado com o da Universidade Católica, promovido há duas semanas atrás pela Junta da Foz do Douro. A isso não terá sido alheio o facto do Presidente da Metro ter dado uma entrevista ao JN, publicada no mesmo dia, em que revela uma indisfarçada convergência com as posições dos membros da Comissão de Acompanhamento indicados pela CMP.
Ficámos a saber que dois dos representantes da Metro na comissão de acompanhamento são co-autores da solução submetida à discussão, facto que, em parte, explica a sua intransigência em aceitar outras alternativas. Como referiu o Dr. Rui Moreira, nenhum pai gosta que lhe digam que o seu filho é feio.
De todas as intervenções, houve uma que foi particularmente acutilante, dando como exemplo aquilo que foi feito em Espinho, com o rebaixamento da linha do caminho-de-ferro. Ficou claro para todos que uma meia solução acaba por se transformar numa não solução e, naquele caso, o resultado é catastrófico. Parafraseando o orador, “errar é humano, errar duas vezes é lusitano”. Desta vez, parece que ainda vamos a tempo de evitar um disparate monumental…