De: António Alves - "Finalmente Linha de Leixões"

Submetido por taf em Segunda, 2009-04-13 12:08

Hoje temos uma boa notícia: os comboios de passageiros vão voltar à Linha de Leixões. Ao contrário de algumas opiniões, a secretária de estado Ana Paula Vitorino não parece acreditar que o tráfego de mercadorias (nove comboios por dia) invalide a sua utilização para o tráfego de comboios urbanos de passageiros. Já há algum tempo que eu sabia que este projecto tinha finalmente começado a andar; que, finalmente, as autoridades ferroviárias resolveram dar ouvidos àquilo que a esmagadora maioria dos ferroviários desta região dizem há muito: que era absurdo que a Linha de Leixões, pelas suas enormes potencialidades, não fosse aproveitada para se transformar em mais um eixo de transporte público ferroviário na área metropolitana do Porto.

Mapa do metro


Este canal só será aproveitado em sua plenitude se forem construídos interfaces com o Metro do Porto (em Matosinhos, Guifões, Araújo e Hospital de S. João) e com os transportes rodoviários (Resende e STCP), além de apeadeiros em locais estratégicos, que viram crescer as urbanizações e número de habitantes, e que não estavam contemplados pelos antigos apeadeiros. Sem isso, sem a multiplicação exponencial de percursos possíveis criados pela intermodalidade entre estas redes, o canal nunca proporcionará ao público tudo aquilo que um projecto bem pensado para esta via pode proporcionar. Pelo que sei, e pelos números adiantados, não me parece que isso esteja a ser feito. Mas tenhamos paciência e esperança. Um decisor responsável não poderá deixar de ponderar todas estas questões. O aproveitamento bem planeado da Linha de Leixões torna também desnecessária, na minha opinião, a ligação Senhora da Hora – Hospital de S. João por metro. A Linha de Leixões permite também a ligação do Aeroporto Sá Carneiro à rede ferroviária nacional. Será também absurdo que tal não seja feito quando é tão fácil.

P.S. – Na sua entrevista ao JN o Tiago diz o seguinte: “não encontro razões fortes para que um candidato tenha de arriscar, com sacrifício pessoal (porque é mesmo pessoal), a possibilidade de ficar sem ocupação profissional sem qualquer pré-aviso, pois o desenlace só se conhece no dia da eleição. Ver o cargo como um prémio (e não um serviço) é que justificaria o "risco"; não é essa a postura recomendável. Pior: caso perca a eleição autárquica, perder-se-ia também, eventualmente, um bom deputado europeu.” Não concordo. Alguém que dependa financeiramente em absoluto de um cargo político nunca estará em boas condições de defender os interesses dos seus eleitores. A sua primeira preocupação será sempre evitar ficar desempregado. Principalmente num quadro em que todos os cargos políticos elegíveis dependem dos “comités centrais” partidários.