De: José Silva - "Das políticas para a política: O metro Ocidental"
1. Rui Farinas: O argumento de que devemos replicar o desvario no investimento público de Lisboa não cola, na minha opinião. Só tendo credibilidade moral é que se pode criticar. A situação financeira nacional não vai permitir as megalomanias previstas para Lisboa, por muito que o status quo as reafirme. Após a campanha e pré-campanha eleitoral em que vivemos, iremos constatar isso mesmo. Por isso o que é sensato é apresentar projectos pragmáticos e concretizáveis em 2 ou 3 anos e não fantasias prometidas para depois de 2020. Os residentes do Porto merecem serviços públicos baratos, úteis, oportunos, para ajudar à crise e não promessas fantásticas. Além do mais, os pagadores de impostos, onde me incluo, também merecem respeito e o que pouparmos neste sobra para outros projectos também no Porto ou no Norte... Que melhor cartão de visita pode o Porto apresentar aos seus visitantes do que mostrar exemplos de projectos que envolvam a recuperação do passado, com custos controlados e com grande eficiência / utilização / operacionalidade? Só consegue isto quem é verdadeiramente inteligente... Construir sobre um papel branco sem controlo de custos, qualquer um o faz,... Até os lisboetas...
2. Pedro Aroso e Rui Moreira (comentário entretanto removido): Agradeço o convite mas não poderei estar presente. A parte da linha Ocidental mais crítica, porque mais cara, é a componente S. Bento - Fluvial. A ligação Fluvial - Matosinhos nunca será polémica porque pertence a uma zona excêntrica da cidade, com baixa densidade populacional e urbanística, existindo várias alternativas de traçado (litoral, Diogo Botelho ou mais a norte/interior).
3. Aliás, estamos todos a cair no engodo do governo Sócrates: Criaram a linha Ocidental para nos manter entretidos. Como seria de esperar, ninguém do governo ou PS Porto se deu se deu ao trabalho de estudar uma 2ª alternativa ao traçado pela Avenida da Boavista: a ideia visionária e de boa fé de E. Gardé, reforçada por mim em Setembro passado e por António Alves recentemente. A todos os leitores da Baixa do Porto / Norteamos / Renovar o Porto, recomendo a reflexão sobre a análise custo-benefício de usar o ramal da Alfândega e o canal da linha de eléctrico histórico da marginal para ligar por metro/eléctrico moderno Campanhã ao Fluvial (pelo menos). É que um traçado deste género, em canal próprio, rápido, também enterrado (entre a Ponte do Infante e a Alfândega), realista, realizável num futuro próximo, low-cost, parcialmente já construído, teria uma consequência importante: obrigaria necessariamente a uma capilaridade/mobilidade pedonal reforçada entre a margem do Douro (onde se situa o canal) e a cota alta e histórica, Palácio de Cristal / Bombarda / Hospital de S. António / Cordoaria / Clérigos / S. Bento onde se situam os pólos geradores de tráfego. Estou a falar concretamente de sistemas de túneis, escadas/passadeiras rolantes e elevadores e «shuttle bus». Criaria finalmente a oportunidade de recuperação da zona histórica que todos por aqui há muito ambicionam. Provavelmente um negócio muito mais lucrativo para a CMPorto do que a nova avenida na Praça do Império.
PS: Brevemente publicarei um Powerpoint alusivo a este tema.