De: Vitor Silva - "Publicidade dos actos"
Pelos vistos é moda os gestores e em geral as pessoas de topo assinarem de cruz (vejam-se os casos de Dias Loureiro e Isaltino Morais "um presidente de câmara assina tudo o que tem à frente") e tantos outros que certamente existem porque na verdade este tipo de procedimento é actualmente mais um "proforma" do que representativo do que quer que seja. Se o objectivo dessa assinatura era validar que quem assinou realmente tomou conhecimento, pelos vistos isso não está a ser conseguido.
A pergunta certa a fazer aqui é: então para quê obrigar a essa assinatura se na verdade nada representa? Mas, como qualquer pessoa que já teve que desenvolver um sistema de informação sabe, esse tipo de perguntas que obrigam a pensar processos e a inquirir práticas ancestrais normalmente não têm a resposta que deviam... normalmente opta-se pela solução de atirar com tecnologia para cima desse problema a ver se ele desaparece.
Nesse espírito (que acima de tudo na maior parte dos casos é de simples pragmatismo) aqui fica a minha proposta: porque não implementar um sistema de crowdsourcing que, por um lado, torne público o que está a ser assinado, mas também que facilite a detecção de potenciais problemas o mais cedo possível. No cenário mais simples a ideia seria disponibilizar num site os documentos que foram assinados e permitir:
- - a qualquer pessoa consultá-los (estou a pensar em documentos produzidos por organismos públicos e que portanto assumo que tomem decisões que devem ser públicas);
- - e notificar alguém responsável se achar que nesse documento está alguma coisa estranha... assim um bocado como aquela opção "Denunciar este comentário" que o Público tem nas notícias que aparecem na secção Última Hora.
Mesmo para organismos privados esse sistema seria interessante... Qual a percentagem de decisões que têm que ser mesmo secretas? Qual o tempo disponível para os gestores comunicarem a todos os seus colaboradores todas as decisões tomadas?
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