De: Cristina Santos - "Rui Rio e Porto Vivo"
As minutas do protocolo poderiam apenas referir que as organizações se comprometiam a lutar pelo bem comum, pelo desenvolvimento e pelo incentivo à auto-estima da Cidade, sendo para tal necessário evitar críticas corrosivas ou injustificadas da parte de quem assina.
Mas Rui Rio preferiu fazer notar a sua tendência para transformar o público em privado, preferiu provocar a multidão, dar que falar, a nova cláusula dos protocolos não tem sentido até porque raras são as instituições que criticam os governos que as subsidiam, o único objectivo é mesmo ser provocatório.
Essa atitude não tem peso nenhum para o povo, afinal o São João foi um Sucesso, as obras terminam nos timings definidos e realmente quem dirige cartas à autarquia com dúvidas sobre projectos para a cidade recebe resposta ponto por ponto, como refere a CMP no último comunicado.
Portanto esta nova minuta de protocolo é mais uma vaidade de quem pode.
O que me está a preocupar é a Porto Vivo procurando um só investidor para o prédio da Rua das Flores.
O investidor capaz de investir 800 mil euros num só prédio, além de utópico, não traz maior retorno ao proprietário do imóvel, não incentiva - ao investir 800 mil euros e não tendo áreas para poder vender os apartamentos ainda mais caros, este investidor só poderá optar pelo aluguer, pode ser uma opção, mas frusta as expectativas dos proprietários que têm dificuldade em acreditar em milionários. O que devia ser dito e divulgado por toda a Cidade era que o proprietário que possuiu prédios devolutos na Baixa deve aproveitar a Porto Vivo para os reabilitar, que tal como se vê pelo exemplo da Rua das Flores, os prédios chegam a um tecto de valor que já é impossível especular mais.
Um proprietário que tem na Baixa um prédio à venda há 5 anos, que pede por ele 160 mil euros, não será capaz de o vender, mas se pelo contrário fizer as obras, o reabilitar, já o pode vender por esse valor, o que já é muito bom. Sim, porque o gasto das obras é pago pelos compradores, portanto a propriedade não perde valor - no fim traz o retorno que o proprietário sempre desejou e em dois anos - se pelo contrário o prédio continuar devoluto não será vendido tão cedo. Quando um produto não se vende melhora-se, é isso que deve ser o exemplo Porto Vivo.
Não vende o seu prédio? A sua propriedade degrada-se de dia para dia perdendo valor? Então recorra à Porto Vivo, peça ajuda, reabilite o seu prédio e venda-o finalmente pelo preço que sempre desejou, e não se esqueça que o valor que investir nas obras será pago pelos compradores. Lembre-se, caro proprietário, numa sociedade do imediato mais vale vender pronto que aos pedaços, coisa inacabada perde sempre o seu valor.
Cristina Santos