De: Rui Encarnação - "Lazeres e culturas"
Parece mentira, mas talvez não o seja. Afinal o excesso de informalidade traduz-se num desconhecimento e impossibilidade de determinação de quanto foi recebido, para quê e com que contrapartidas que, no final de contas, não permite sindicar, fiscalizar e apreciar se a actividade da empresa tripeira dos lazeres geriu bem os patrocínios e verbas que angariou, se os gastou bem nos eventos e iniciativas que promoveu ou não.
E o que é fantástico é que tudo isto acontece na égide e sob a supervisão de quem, como o Dr. Rio, se reclama de rigoroso, metódico, parcimonioso e prudente nos gastos dos dinheiros públicos e nas respectivas contas. Em qualquer empresa privada as contas da empresa dos lazeres seriam reprovadas pelos accionistas e instaurado inquérito para apuramento de responsabilidades.
Mas mais fantástico é sabermos que os 3 milhões de euros dos dois fins-de-semana gastos com carros são superiores ao que a CMP gastava para que o Rivoli funcionasse todo o ano, apresentando mais de 300 espectáculos por ano (nos quais se incluíam os tais de 30 espectadores e, também, o Fantasporto, a Maria João Pires, Sérgio Godinho, etc, etc, que, obviamente, tinham casas lotadas). Dinheiro que, pela amostra da vitalidade económica do Porto, pela continuidade das provas patrocinadas, bem como à enorme quantidade de turistas que nos visitam durante o ano para ver o local onde se realizam os circuitos, só se poderá considerar como racionalmente bem gasto. Mas, agora, talvez o Dr. Rio não pudesse afirmar o que afirmou em relação à Culturporto e aos gastos do Rivoli, pois com tanta informalidade nunca poderia afirmá-los já que não teria documentos que o comprovasse.
Uma última nota sobre as verbas do QREN para actividades culturais em rede. Será que o Porto pode candidatar-se a tais verbas? E será que vai candidatar-se? É que ainda não vi notícia sobre isso no Órgão Oficial - site - da edilidade...