De: Cristina Santos - "Antes dos Bancos"
É certo que a prioridade dos Bancos assenta na recuperação de créditos mal parados através da venda dos imóveis já financiados e construídos, não têm para já qualquer interesse na reabilitação, quanto mais fizerem crer que reabilitar é caro, que deve ser feito por meios próprios, mais lucram e mais apartamentos vendem, pior servidos ficam os portugueses porque os apartamentos regra geral não valorizam aquilo que o crédito aumenta. Há também a questão que sempre nos querem vender, não invista capital próprio, e depois remuneram a poupança com 2/3%. Mas antes dos bancos, há que fazer um bom negócio e se não é num edifício é noutro.
Temos mais de 2000 edifícios devolutos, obviamente que não vamos aceitar o preço que nos propõem as imobiliárias. Vamos propor metade dos que eles pedem e depois negociar dentro desse limite. Aceitam muito bem, não aceitam restam 1999 para sondar. Ao propor não devemos aceitar aquela resposta trivial das imobiliárias, o tal "está fora de questão", devemos exigir reunião com o proprietário e aí fazer ver o valor real do imóvel. Se o Banco diz que vale X, porque vamos pagar mais? Se não querem vender que o conservem, porque em poucos anos vamos voltar lá e adquiri-los por metade e o primeiro passo básico está aqui. Por acaso andei o ano 2008 a obter alguma experiência particular nisso, nas diversas conversas que tive e contactos achei incrível como é que as pessoas não negociavam preços, 1000 / 2000 euros, o que é isso, algum desconto pré-pagamento?
No Centro Histórico obviamente que os preços andam inflacionados com a existência da Porto Vivo e todo o plano, a curva da oferta e da procura é praticamente inelástica, mas se há boa época para investir é agora e com uma boa negociação, ainda para mais se for habitação própria, consegue-se. Metade do que pedem, talvez mais mil ou dois mil euros, o resto que se mentalizem que inflações de 50% já foi tempo.
Cristina Santos