De: Alexandre Burmester - "O jogo não acaba"
Caros Manuel Leitão e Sérgio Caetano
Ainda bem que estamos de acordo.
É sem dúvida alguma com o Principio de Cidadania e com movimentos cívicos que se tem conseguido inverter algumas políticas da nossa cidade. Se assim não acreditasse não me tinha envolvido quer contra a linha da Boavista como contra o projecto da Via Nun´Alvares. Por vezes é mesmo preciso “berrar” e “gritar”, para que sejamos ouvidos. (Naturalmente com civismo e com argumentos.) Assim aconteceu no caso do Bolhão através dos movimentos envolvidos, processo em que não me empenhei porque à partida pareceu-me, e aqui escrevi, estava condenado ao fracasso tal era o disparate da proposta da TramCroNe.
Verdade seja dita, a Câmara do Porto tem sabido inverter posições e ir de encontro com as exigências que lhe são feitas, e depois de já ter vivido algumas situações semelhantes, tem vindo a mudar de atitude e a envolver pessoas e associações em muitas das opções que toma. Diria até que se o Rui Rio entrou na Câmara com aquela atitude de “Mula”, tem aprendido com estes casos e tem “desaparecido” dando o lugar a pessoas que têm sabido dialogar. Neste momento temos os serviços técnicos e de Urbanismo da Câmara finalmente a afinar e a trabalhar bem. Pena é que se calhar nas próximas eleições, e como é típico em Democracia, quando ao fim de algum tempo os seus funcionários começam a perceber o que andam a fazer dão o lugar aos próximos, e iniciar-se-á mais um período de “travessia do Deserto”. (Bom seria que o “Contabilista” fosse para o governo fazer o que bem sabe, que é pôr as contas em dia e que bem precisamos, e desse o seu lugar a uma continuidade com uma visão maior do que a Circunvalação e o rio Douro).
“Bato palmas” à atitude da Câmara de inverter o processo em curso do Bolhão ao apresentar um programa consistente, mas afirmei antes e repito agora que haverá que continuar atento à sua implantação. Há que manter o espírito de cidadania.
Alexandre Burmester