De: Cristina Santos - "São ópticas diferentes"

Submetido por taf em Quarta, 2009-01-14 12:22

Caro Pedro é óbvio que aceito a tua discordância, simplesmente vejo o mandato do PS nessa altura de outra forma. E acho que não o beneficia estar a alicerçar uma candidatura nessas referências e o Porto é que perde. Seria um descalabro se com tanto dinheiro recebido não tivesse havido alguma dinâmica. Dinâmica que ainda assim não me convence quanto aos resultados, de qualquer forma verbas desse tipo dificilmente vamos voltar a receber, portanto continua a não ser um bom exemplo, a menos que o PS queira dizer que se pode candidatar a grandes iniciativas como no tempo de Fernando Gomes.

Nesse sentido vai forçosamente dar como exemplo a Porto Capital da Cultura, que não tinha só como objecto a Casa da Música, mas também vários arranjos em diversas ruas centrais, para atrair pólos culturais nacionais e estrangeiros e captar para o Porto a atenção Europeia, até aqui uma ideia excepcional e uma oportunidade única. Mas ao fazer esta referência não poderá deixar de admitir que as obras foram tão mal geridas que se tornaram num empecilho ao projecto principal que as orçava. Não foram concluídas, não foram realizadas na totalidade e gastou-se muito mais do que o previsto. As que foram feitas em 7 anos já mereceram várias intervenções de reparação. E a grande oportunidade foi afinal perdida. É com estes exemplos que o PS deve avançar?

Para terminar, a meu ver o povo condenou o PS porque não percebeu se Nuno Cardoso foi entregue às feras para cumprir acordos há muitos estabelecidos encapotando a imagem de Fernando Gomes que vendo-se na iminência de ter de cumprir foi para Lisboa, ou se foram os acordos finais fruto de ideias vertiginosas de Nuno Cardoso e Fernando Gomes nada teve a ver com isso. Como não se explicaram, eram os dois socialistas levaram o chumbo.nE nos tempos que correm a insistirem nesses gloriosos tempos vão receber a mesma resposta, sabem disso porque são os mesmos, e enquanto assim for será difícil convencer o povo de que podem trazer alguma dinâmica. Dinâmica, obras intermináveis, lama, retro-escavadoras, é que ninguém quer sequer pensar nisso, julgo eu, posso obviamente estar enganada. Quanto a Elisa Ferreira concordamos, uma boa candidata, mas às ordens desta concelhia que hipótese terá?

Se enviesadamente me perguntas se estou satisfeita com Rui Rio, satisfeita não, desejo uma cidade com bares a rodear a Avenida, prédios altos na Foz e em artérias recentes, lojas de luxo ou com de qualidade mínima, e um centro histórico impecável. Isso não foi ainda conseguido. Mas prefiro Rui Rio ao PS que se tem candidatado.

Para o futuro penso que só lá vai com a regionalização, com todos os partidos a governar em conjunto, com igual respeito por um primeiro-ministro como por um governo regional. Se a regionalização não for possível, pouco se poderá esperar tanto do PS como do PSD local, e sendo mais ou menos indiferente, que façam um esforço mínimo para serem coerentes. O partidarismo é uma coisa que me chateia profundamente, daí a razão do meu comentário, porque as eleições nos moldes em que se anunciam sinceramente não me dizem nada.

Um abraço
Cristina Santos