De: Luís Gomes - "Quadro Minimal"
É um retrato da política portuense em particular, e da nacional no geral. O governo municipal ficou trilhado com as supostas avenças a familiares de eleitos. A oposição atirou os papéis para cima da mesa e correu a sete pés, sem levar até ao fim as consequências das denúncias feitas. Vou tentando, em vão, ler as crónicas da putativa candidata do PS a ver se já tem opinião sobre o que se passa no Porto. Mas não tem. Escreve artigos muito interessantes, mas acerca da sua visão europeia como Eurodeputada. Estão, em cima da mesa, muitos dossiers que não vão ser decididos em Outubro de 2009, são processos de decisão contínua: Bolhão, Ferreira Borges, Palácio de Cristal, Miguel Bombarda, entre outros não menos importantes. Seria útil que esta influenciasse as decisões dos actuais eleitos, porque nunca é de descartar que ela assuma dossiers mais tarde.
Não estou tão satisfeito com a prestação do Presidente no segundo mandato como no primeiro, sobretudo pela reabilitação da Baixa. Independentemente disso, interessa-me sempre ouvir as propostas dos demais candidatos. Ao contrário de Lisboa, não existem independentes, movimentos cívicos, o CDS é uma autêntica muleta muda, o Bloco mal se ouve, e o Rui Sá já deu o que tinha a dar. Assim sendo, Elisa Ferreira tem uma oportunidade de ouro para ir a jogo. O que me preocupa é sendo ela apadrinhada por Sócrates, irá ela ser frontal no que respeita à Metro do Porto? Às SCUT? Ao decréscimo de fundos comunitários? À sacrificação de centros de decisão?
A notícia da angariação de candidatos para as autárquicas do PS espelha bem as dificuldades criadas por este governo às autarquias. Quem quer ser a bela adormecida para as autárquicas? Certamente que, com tão pouco pocket money nos cofres municipais, não existirão muitas belas adormecidas a aceitarem este desafio. Só se estiverem muito dormentes! Segundo a notícia, Rui Moreira foi orador convidado. Terá ficado por isso mesmo? Vamos ver se é desta que ele vai a jogo, porque com tanta opinião que ele dá e tanto esforço por aparecer, o objectivo é claro, só não sabemos quando o concretiza.
Um abraço,
Luís Gomes