De: TAF - "Ainda os estatismos regionais"
1. Será viável a existência de um único partido regional onde se revejam todas as vozes que defendem o combate ao centralismo? Conforme escrevi antes, não acredito que seja.
2. Mas vamos admitir que era viável, no pressuposto de que realmente haveria um enorme consenso sobre o que se pretendia para a região. Quer isso dizer que os eleitores desse partido iam deixar de se preocupar com as "questões nacionais", prescindindo de votar nos "partidos nacionais" que tratariam delas? Se assim fosse, mais valia defender a independência da região, formando um novo país.
3. Se os nortenhos mantiverem o interesse nos assuntos nacionais (mesmo havendo aqui uma região), que partido regional é que conseguiria agregar, para as questões nacionais, cidadãos de todo o espectro político que actualmente vai do CDS ao PCP? Não é possível, seriam necessários vários partidos regionais.
4. Voltando ao ponto 2., em teoria podia acontecer que uma grande parte da população do Norte realmente quisesse apenas tratar dos seus próprios problemas, esquecendo o resto do país. Mas para que isso pudesse acontecer era necessária uma grande autonomia do poder regional nortenho, que passaria a ter capacidade de decisão sobre praticamente todos os assuntos que interessassem à população local. Não faria sentido que o Poder Central mantivesse capacidade de decisão sobre temas com impacto significativo na região, sabendo-se que a população daqui nem sequer escolhia votar nos "partidos nacionais". Ou seja, o Governo Regional teria que assumir quase todas as atribuições do actual Governo Central. Ou seja, era demasiado pesado e interventivo.
5. Por outro lado, se queremos mudar a situação a nível nacional, impedindo o Estado de manter este nível de apropriação da nossa riqueza, temos de ter propostas para todo o país - temos de votar em "partidos nacionais"!
QED. ;-)
PS - Só há portanto duas posições que me parecem racionais: o combate ao centralismo através de "partidos nacionais", ou a defesa da independência do Norte. Eu sou pela primeira opção.