De: José Silva - "Estatismo Regional? Onde?"
Caro Tiago,
1. «Defender o aparecimento de um partido regional significa defender uma Administração Pública regional muito interventiva»
Errado. Um partido ou candidatos independentes regionalista, isto é sem filiações a hierarquias nacionais ou ambições a governar na capital, poderiam ficar apenas pela candidatura a governo local e parlamento. Poderiam ter políticas mais ou menos liberais, isto é, mais ou menos interventivas na economia. Poderiam ainda defender medidas como por exemplo a Fusão de Autarquias como alternativa à instituição de regiões administrativas, e portanto defender o aumento/consolidação de poder regional sem aumento do peso económico da administração pública. Para o Porto ou AMPorto, um presidente de câmara que não ambicionasse ir para Lisboa ou um deputado na Assembleia da República que votasse contra Alcochetes e afins provocariam um substancial aumento do PIB regional...
2. «nem toda a gente no Norte pensa da mesma maneira relativamente ao papel da Administração Pública».
Verdade. Os mais liberais nada têm a temer de um partido ou candidatos regionalistas desde que estes defendam, por exemplo, a implementação de uma administração pública regional à custa da eliminação de administração pública central.
3. «que convergência é que um partido regional conseguiria além de reivindicar uma maior descentralização das funções do Estado?»
A mais importante razão para justificar um partido regional seria, fora de Lisboa, reivindicar distribuição territorialmente mais justa do desenvolvimento, investimentos e serviços públicos.
4. «Um único partido regional teria de se basear na defesa de um Governo local poderoso.»
Vício de raciocínio já explicado no ponto 1.
Resumindo: Tiago, existem corolários precipitados na sua argumentação. É possível, diria, imprescindível, que o Regionalismo seja responsável. Aliás, no meio da indigência, a aposta na responsabilidade no uso dos impostos será uma forma do Regionalismo vencer.
José Silva - Norteamos