De: Cristina Santos - "O Socrates é que plagiou os argumentos"
As alegações de Rui Rio são óbvias, qualquer pessoa ao ouvir Sócrates estabeleceria um paralelo imediato com a nossa situação em relação ao Metro. Aliás, um memorando assinado com o Sindicato é possível que falhe, é essa a natureza dos sindicatos, agora um memorando falhar quando é assinado pelo Governo, era caso em outros tempos, para uma dissolução imediata.
Se Rui Rio me ouvisse, já teria optado por fazer um acordo com o Norte. Esquecido as reivindicações a José Sócrates, falta um ano. Optava por reunir com Braga, Guimarães, Famalicão, Vila Real, traçava um memorando de entendimento com vista à definição dos interesses do Norte, da diferenciação de território e condições. Avançava com uma candidatura contra José Sócrates, de acordo com esse entendimento, aliava esse memorando às necessidades do país, vencia de certeza e instituía a regionalização. Tem credibilidade, portanto tinha a oportunidade.
Assim, mesmo que se recandidate à CMP e vença, serão 4 anos negros sem a regionalização. Na eventualidade, quase certa, de vir a ser tropeado pelo seu partido, o único proveito das lutas que travou é apenas o seu brio, não lhe restará mais do que o reconhecimento do que poderia ter sido e não foi.
Se optasse por esclarecer as autarquias menos privilegiadas, estabelecesse o tal ponto fulcral, tínhamos política e tínhamos país. Depois de 2009 é tarde, aliás já agora é tarde, vamos todos uns atrás dos outros iludidos, cegos, até que, não sobrando nada, nos imponham aquilo que até aqui pedimos. O desfecho previsível é óbvio, é um país inteiro a investir a maior parte das economias numa zona de maremotos e sismos, em caso de catástrofe não nos restará nada, e ao que se sabe já antes de António Costa a grande Lisboa estava falida.