De: Ricardo Coelho - "Propaganda à moda do Porto"

Submetido por taf em Quarta, 2008-10-22 23:26

A polémica em torno das remunerações de alguns quadros da CMP e de empresas municipais mostra bem ao ponto a que chegamos no Porto. O Vereador Rui Sá colocou a questão de certos quadros auferirem ordenados principescos. Se formos a ver bem, de facto deve haver poucas câmaras no país onde não se verifiquem situações deste tipo. Rui Rio acusou-o de ter mentido mas nunca nos mostrou a verdade.

Vejamos a realidade. De entre os casos citados de salários principescos, há dois que me fazem pensar. O primeiro é o de Raquel Castello-Branco, Engenheira Alimentar nomeada para dirigir o Rivoli. O segundo é o de Ricardo Almeida, licenciado em Economia com um percurso académico medíocre nomeado para o Conselho de Administração da Porto Lazer. No primeiro caso, temos a irmã do Vice-Presidente, no segundo temos um quadro da JSD.

Em todo o caso, independentemente das qualificações, acho obsceno alguém ganhar salários na ordem dos 3000, 4000 euros para desempenhar funções públicas. Que agora a defesa desta obscenidade venha de quem quis retirar um parco prémio salarial aos lixeiros que ganham uma miséria mostra bem a moralidade de quem nos governa. Se Rui Rio nos quer mostrar a verdade, como grande timoneiro que é, então que o faça. Que nos diga quanto recebem os dirigentes das empresas municipais, essas fábricas de "jobs for the boys". Que nos mostre o curriculum destes dirigentes. Que coloque no sítio de Internet da CMP o vídeo de toda a reunião onde a questão foi discutida, em vez de um vídeo mastigado em função da agenda política do executivo camarário. Depois cada qual forma a sua opinião, com base nos factos. Montar um espectáculo com as pessoas visadas, como um concurso para ver quem é a maior virgem arrependida, não. Merecemos melhor que toda esta propaganda.
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Ricardo Coelho