De: Pedro Lessa - "Anonimato"
Caro Francisco,
Compreendo e aceito que esta questão lhe faça alguma espécie e desagrado. Por mim, como já deve ter reparado no passado, sou igualmente a favor de que as pessoas se identifiquem e se assumam. Mas não sou contra “algum tipo” de anonimato, precisamente para lidar com estes tipos de situações.
O Francisco, mais do que muita gente que aqui passa, sabe bem as areias movediças em que nos movemos todos, nesta república de autênticas bananas. Sou o primeiro a reconhecer, hoje em dia, que com frontalidade e coragem já não se resolve nada e as estórias que nos vão chegando têm mesmo de ser divulgadas. E quem melhor do que quem presencia essas estórias para as divulgar? E vão pôr o seu emprego em risco? Parece-me que não. É que o lodo é tal que a situação já não se resolve com paninhos quentes. Venham de lá os podres todos, para quem de direito investigar e actuar. Eu, por exemplo, já senti na pele a frontalidade com que gosto de me exprimir. E não era a minha entidade empregadora, que esses não tenho, felizmente. Mais, já aqui no Baixa referi que existem edifícios a sofrer obras sem qualquer tipo de Licenciamento. E com total conhecimento da Porto Vivo, inclusive fornecem-se telas para as cobrir. Alguém fez alguma coisa? Claro que não. E a mim obrigam-me a parar obras por causa de um papel? Só porque sou raia miúda? Haja pudor!
Cristina, é precisamente por causa dessas “jóias” que o Centro Histórico está como está. Porque se valorizam coisas sem valor, pedindo valores perfeitamente absurdos, e se baliza toda a área do Centro Histórico como Património quando de Património muita coisa não tem nada.
Cumprimentos,
Pedro Lessa
pedrolessa@a2mais.com