De: Luís de Sousa - "Se esta rua fosse minha"

Submetido por taf em Sábado, 2008-09-20 23:59

Ontem quem se encontrava na animada Rua Galeria de Paris viu-se privado da sua liberdade de expressão e movimentos por uma ridícula e despropositada acção da Polícia de Segurança Pública.

Não compreendo qual será a finalidade ao nível da segurança que leva os carros patrulha da PSP a forçarem a travessia de uma rua cheia de pessoas que se encontram ordeiramente numa noite de sexta-feira. Porém, para quem frequenta a dita rua, infelizmente esta atitude impositiva já vem sendo habitual. O que se passou em seguida isso sim é que foi inesperado.

Um largo contingente, em breves momentos a Polícia fechou as ruas circundantes ao trânsito automóvel, e através de vários cordões policiais dispersou a pequena multidão que se divertia naquela rua da cidade. Foi um momento triste quer pela atitude, que nos relembra que a liberdade não é um valor assim tão seguro, mas também pelos meios usados, pois penso não ser necessário o corpo de intervenção da PSP desfilar armada de shotgun por entre centenas de pessoas.

Afinal o que se pretende para a Baixa do Porto? Para quê toda esta preocupação com o património arquitectónico e com a requalificação de espaços públicos? Qual a pertinência de tentar renovar o parque habitacional e assim atrair novos habitantes para o Centro Histórico? Enquanto portuense e habitante nesta zona da cidade receio que com estes episódios seja travado um movimento de regresso ao centro e de revitalização da animação nocturna da cidade. Até porque os desacatos e zaragatas são nulos nestas noites, o que demonstra o quão saudável é o ambiente vivido. Quanto ao argumento de que com estes novos pontos de diversão nocturna se está a desenvolver um fenómeno similar ao Botellón, isso parece-me errado pois não se passa nada diferente daquilo que já acontece há anos no “Piolho”, na Ribeira e até no Molhe.

Esperemos que o que aconteceu ontem tenha sido um acto esporádico e que as autoridades locais, quer políticas, quer policiais, não importunem as pessoas, e não as privem da sua liberdade de tornar a vida na Baixa um pouco mais Bela!

Luís de Sousa