De: José Ferraz Alves - "Euro-Região Galiza Portugal, com capital em Vigo"
1. Transcrição de notícia, da Newsletter do AICEP:
"El primer congreso de economía de la Eurorregión se celebrará en Vigo los días 25 y 26. La ciudad de Vigo será sede los próximos días 25 y 26 del presente mes de septiembre del primer congreso sobre economía de la Eurorregión. El encuentro será organizado por el Consello Galego del Colegio de Economistas y patrocinado por la Xunta y Caixanova.
Según fuentes municipales, al congreso acudirán medio millar de expertos en la materia que abordarán, entre otras cuestiones, cómo se puede incrementar la cooperación transfronteriza entre Galicia y Portugal y entre España y Portugal. Se trata de generar un marco que favorezca la intensificación y sostenibilidad de las relaciones entre los diferentes agentes de la Eurorregión, en aras de forjar una sólida estructura para la concepción de una mayor riqueza y competitividad, aprovechando las sinergias que se generan entre ambos territorios. El congreso está dirigido, fundamentalmente, al ámbito universitario, empresarial y profesional luso-español. Para el alcalde de Vigo, Abel Caballero, quien anunció este congreso de economía de la Eurorregión el pasado mes de febrero, su celebración será un hecho de la «máxima relevancia» porque evidenciará una vez más el papel de esta ciudad que continúa actuando como la «verdadera» capital de la Eurorregión."
2. Ponto de partida da reflexão
O que nos pode revelar esta notícia, para além do seu mérito, proactividade, inteligência e perspectiva de futuro? Se aliada ao compromisso espanhol, esta semana reiterado pelo seu primeiro ministro, dos 8% do investimento público do Governo central espanhol com o desenvolvimento das infraestruturas ferroviárias na Galiza? Que já estão fortemente no terreno? E, já agora, não esquecendo que os serviços de Turismo da embaixada da Tunísia e os da área de "research" do Santander se foram esta semana de Lisboa para Madrid?
3. Reflexão
A mim, preocupa-me referirem a Região Galiza - Portugal (Norte, Centro, Sul, Este e Oeste). E, também, que Vigo está sozinha a assumir o papel da cidade líder da Euro-região. Não é que seja problemático ser comandado pelos espanhóis. Eu admiro muito a sua acção e defesa de valores e interesses próprios. Mas eles têm mais com que se preocupar! E ir-se-ão perder ainda mais empregos qualificados em Portugal. E o poder de decisão... Sobretudo isso.
O Prof. Luís Fernandes tem hoje no Público um parágrafo que considero brilhante: "Se modificarmos a perspectiva do olhar, procurando o banal em vez do espectacular, o que se nos depara não é o tráfico de droga, o confronto de etnias, não são os bandos juvenis, mas o modo como temos andado alheados, poderes públicos e sociedade em geral, de haver uma série de cidadãos da mesma cidade que vivem nas suas traseiras, vendo degradar as mais básicas condições de existência pelo simples facto de que têm poucos recursos e de que a situação de míngua prolongada os foi transformando num conjunto de pessoas despossadas de poder - do poder que decorre dum estatuto social valorizado, do poder que decorre de ter canais para fazer valer os seus direitos e a sua reinvindicação de cidadania."
A melhor forma de nos colocarmos nas mãos dos Espanhóis é continuar a centralizar tudo em Lisboa. Assim, salta tudo de uma vez só. E Lisboa tem de abrir os olhos para os erros da sua estratégia centralizadora. Que é a melhor forma de acabar satélite de Madrid. No fundo, na vida "cá se faz, cá se paga". O que está a acontecer no Porto vai acontecer a Lisboa. E, já agora, "inteligentes são aqueles que aprendem com os seus erros, muito inteligentes os que aprendem com os erros dos outros".
4. Uma proposta
Mas o Norte tem de assumir, o mais brevemente possível, uma das cidades para a referenciar. Ou, o país tem de assumir uma sua cidade para referenciar o Norte. Para Portugal não ser o Bairro do Aleixo da Península Ibérica. Só que há pessoas no Norte que preferem Vigo ao Porto... Continuo a achar que a miopia do clubismo futebolístico tem a sua culpa nesta forma de ver as coisas.
E, para terminar, os nossos vizinhos espanhóis serão os primeiros a valorizar a nossa igual proactividade e defesa dos nossos valores. E as respeitar-nos. E a querer trabalhar com pessoas assim. Eles não querem o ónus de ter de nos desenvolver como região do seu país.
José Ferraz Alves