De: Cristina Santos - "Ribeira: Faz falta polícia ou verdadeira animação?"

Submetido por taf em Segunda, 2008-09-01 17:34

Em relação a esta notícia e ao que me foi dado a ver durante o mês passado, a Polícia já só faz falta para declarar o óbito da Ribeira do Porto, de resto não há nada a defender.

Depois da criminalidade que se foi acentuando, do excesso de zelo da polícia em multar clientes, do desfecho do caso «Gangue da Ribeira», muita gente se afastou mas, agora que tudo parece mais calmo, não há sitio onde regressar e a Ribeira pelo menos no mês de Agosto não tem nada para oferecer, está em coma e com ela parte significativa da imagem do Centro Histórico do Porto.

Esplanadas sem animação, onde simplesmente se bebe e no fim não há local onde prosseguir (exceptuando o Mercedes e o Irish pub, com clientes que com certeza não lhes cobrem a despesa). Nas velhas ruas, não se vê ninguém; nas portas dos inúmeros bares antigos, graffitis e teias de aranha e não há outros nas imediações a substituir.

Contratar mais polícia pelo menos no mês de Agosto não se justifica, nem é solução. Não há clientes, nem sequer carros para multar. Talvez fosse melhor opção contratar música ao vivo, eventos capazes de atrair espanhóis, portugueses, jovens emigrantes à procura de cidades desenvolvidas em Portugal e depois sim Polícia.

Os novos espaços alternativos, em zonas ditas mais centrais, enfim são engraçados, mas não passam de sítios para amigos, que ocupam um espaço, pintam uma parede com cores garridas, vão às velharias buscar umas cadeiras e voilà, um bar. Os espaços estavam devolutos, é um contributo para a sua ocupação, mas a realidade é que estes bares subsistem apenas por escassez de concorrência e por não necessitarem de grande investimento.

Enfim, para quem ficou no Porto a contar com a Ribeira, o desfecho é crítico, é idêntico a aguardar o período das ferias para visitar um amigo que afinal está há tempos em estado vegetativo, não sabíamos, não vimos, não acompanhámos, embora tudo fizesse prever o desfecho, e agora nem com muito barulho vai ser possível reanimá-lo, quando muito um milagre que rezamos para que aconteça, não era bom para o Porto deixar a Ribeira morrer.

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Cristina Santos