De: Nuno Oliveira - "Os Chatos"

Submetido por taf em Quinta, 2008-08-07 23:11

Recentemente Pedro Lessa e Alexandre Burmester assinalam a situação inadmissível da exclusão dos arquitectos no novo Cálculo de Honorários referentes aos Projectos de Obras Públicas a que se seguiu uma não-justificação imediata por parte da Ordem (se isto não é uma emergência o que será?). A existência de condições para exercer uma profissão que devia participar na qualidade da construção e planeamento em Portugal em geral e na reabilitação dos centros das cidades em particular é fundamental para se esperar qualidade nos serviços prestados.

Os arquitectos foram (auto)remetidos ao ostracismo mas eis que ao consultar o recentemente re-lançado Plano de Actividades da Ordem dos Arquitectos vejo que a estratégia da alienação é bi-direccional (neste caso dirigido a todo o país excepto Lisboa): na Descrição de actividades podem-se ler as discussões a ser promovidas na "praça pública" (ponto 02.03): Frente Ribeirinha de Lisboa, Aeroporto de Lisboa, Nova Ponte de Lisboa, TGV.

A Ordem tem, com a promoção da discussão pública, a oportunidade de reverter a imagem generalizada do arquitecto como o artista/autista mas com um plano tão manifestamente alinhado com o tipo de centralismo vigente é difícil envolver a globalidade da sociedade nas discussões que podiam colocar a profissão num papel de destaque como impulsionadora do debate. Em vários casos recentes a Ordem (nas suas instalações) podia ser o forum imparcial a lançar as discussões que outros (demasiadas vezes órgãos do Governo) não promovem.

Está aberta a fase de sugestões em que era essencial uma participação significativa de interessados de todas as proveniências profissionais e geográficas para um programa de intervenção mais diversificado.
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Com os melhores cumprimentos,
Nuno Oliveira
www.bernardoliveira.com