De: António Alves - "Cristalino como a água"
O texto que se segue, comentário a um post meu no Norteamos, diz mais sobre a realidade portuense, as reacções, avaliações e expectativas das pessoas, do que os milhares de textos que aqui e noutros sítios têm sido escritos sobre o assunto. Cristalino como a água.
“Tenho muitos colegas meus que trabalharam no Porto e mudaram-se para Lisboa. Eu preferi vir para o Norte da Europa. A verdade é que no Porto se trabalha em regime de escravatura pois como há poucas oportunidades de emprego, o pessoal convence-se que tem de aturar tudo e mais alguma coisa e vai dando o c... para ver se subindo na empresa mais tarde pode fazer igual aos outros. O que é certo é que ninguém gosta de trabalho escravo e de ser explorado. E essa exploração é feita pelos empresários do NORTE! Convém clarificar isto. Pode-se dizer que isto é uma consequência da drenagem de empresas do Porto para Lisboa, de modo a se encontrarem mais perto dos círculos de corrupção de modo a terem sucesso nos seus negócios. Certo! Mas a exploração mais óbvia é feita pelas empresas do Norte, que se aproveitam do marasmo e da letargia do Porto. Portanto eu tomei a decisão óbvia: fugi do barco que se afunda. Já tomei a decisão há um ano e a única coisa que me arrependo é de não o ter tido feito 2 anos antes quando pensei nisso pela primeira vez. Eu já tenho a minha solução e "fórmula mágica" para ter uma vida mais descansada: trabalho num pais rico, o dinheiro que ponho de lado é superior ao que recebia no Porto e em alguns anos consigo comparar uma casa a pronto em Portugal como um misto de casa de férias/seguro de velhice. E assim não fico escravo por 40 anos de nenhum banco e nem de nenhuma empresa. Aqui sei que se estiver mal, facilmente mudo para outro lado (e até outro pais).”