De: Cristina Santos - "Aproximar o povo da política é decidir"
Aproximar as pessoas da política, como tão bem disse o Senhor Presidente da República mas não soube concluir, é aproximar o povo dos órgãos de decisão. Por outra palavras: regionalização.
Temos que partir do princípio que todos os candidatos que venham a defender esse processo estarão de boa fé e de livre vontade num projecto que acreditam para o país. Os políticos que o contrariam é que não estão no mínimo a ser honestos, o seu interesse é manter a fidelidade dos cargos que sabem que perdem, mal deixem de ter as costas quentes dos grandes grupos de «decisão», nessa altura vão ter que ser efectivamente competentes e isso é um risco. A falta de regionalização, de proximidade ao povo, faz da Democracia um sistema quase ditatorial. A acontecer em tempo útil vai fazer muito bem aos políticos do Norte, vão passar a esgrimir com Lisboa de igual para igual, evoluem, lidam com as situações in loco.
Lisboa tem que concordar que algo tem que ser feito, também sofre o aumento dos impostos, do custo de vida, até aqui nada resultou, e as promessas por cúmulo mantêm-se as mesmas. Portanto vamos apanhar a Espanha, vamos regionalizar, antes que percamos o poder financeiro para reivindicar soluções. Vejam que já nem no Porto as manifestações têm qualquer impacto, há que ir a Lisboa, agora imagine-se um agricultor transmontano tem que fazer 500km para se manifestar porque a sucursal que possa existir na sua área não manda nada, ganha, gasta e não tem autoridade. O agricultor paga impostos como nós, à mesma taxa, o aumento de custos com a regionalização é um embute e que não seja, rola por nossa conta e nossa decisão.
O Governo também não conhece o transmontano, conta com as comanditas do seu partido para pressionarem o agricultor, porque são vizinhos, porque depois não lhe vende a campa no cemitério, não lhe lê a carta que ele não sabe e assim garante o voto, votou em quê? O agricultor não sabe, como o agricultor outro qualquer, por isso o facto de os termos eleito não é bem assim, a maioria está demasiado distante para gozar a Democracia. A crise não é isto ou aquilo, a crise foi gerada pelos que lá estão e há muito lá se mantêm e alguns querem voltar a ir. Evite-se ao menos isso, regionalize-se.
Cristina Santos