De: TAF - "Brincar com a Lei"

Submetido por taf em Terça, 2008-05-13 22:19

Hoje O Primeiro de Janeiro traz uma notícia preocupante: Objectivo é rebocar ou bloquear 1100 carros por mês. O que me preocupa, contudo, não é esta quantificação, pois eu sei que haveria seguramente muito mais do que 1100 carros que precisavam de ser rebocados. Ou seja, não há perigo de se forçar actuações, porque abundam oportunidades legítimas... Basta, por exemplo, descer a Constituição para deparar com carros estacionados em locais onde é proibido não só estacionar, como até parar! É de facto o descrédito nas instituições quando não há consequências da ausência de respeito pelas regras de convivência em sociedade. O dia, pelos vistos, é para notícias destas. Mas, voltando ao Janeiro, sério, sério, é o último bloco da peça:

«As cunhas
O JANEIRO teve ainda acesso a um relatório de ocorrências, datado de 11 de Junho de 2007, que dá conta da entrega de um veículo sem custos para o infractor. Ou seja, deu entrada no parque dos Caminhos do Romântico, um dos parques de recolhas da Câmara do Porto, um veículo que tinha sido rebocado. Para levantar o carro o dono teria que pagar o preço do reboque que é de 50 euros. Acontece que, e como está escrito no relatório, a pessoa que estava encarregue de levar a cabo esse procedimento, recebeu uma chamada da Sala de Tráfego que lhe deu indicações para proceder à entrega da viatura sem cobrar os 50 euros. Informa ainda que a entrega teve a “autorização do Sr. Eng. Alves da Silva”, na altura Director Municipal da Via Pública, substituído a 20 de Março deste ano por Barros Duarte. O relatório de ocorrências está escrito numa folha com o logótipo da Securitas, uma empresa de segurança que presta serviços à Câmara do Porto e assinado pelo funcionário que o redigiu. Segundo o fiscal que fez as denúncias trata-se de uma prática “comum” e utilizada “vezes demais”. “Estas coisas acontecem quase todos os dias. Uns são filhos, porque têm conhecimentos, e os outros são enteados, porque não têm ninguém a quem meter a cunha. É uma vergonha”.»

Atendendo a que a pessoa em causa é leitor d'A Baixa do Porto e até já aqui escreveu mais do que uma vez, valia a pena aproveitar a oportunidade para desmentir a notícia ou mostrar que houve uma razão válida qualquer (espero eu...) Mas, mesmo que para essa ocasião haja uma boa explicação, sobram todas as outras, já que "estas coisas acontecem quase todos os dias".

PS: a reacção de Lino Ferreira (que desmente genericamente mas não esclarece, contudo, o caso concreto relatado).