De: Miguel Alves - "De Lisboa"

Submetido por taf em Sexta, 2008-05-02 10:49

Não deixa de ser curiosa a alusão às dívidas da CM de Lisboa, às obras e ao milhão de habitantes que de repente por cá apareceram. E eu que pensava que a cidade de Lisboa é a cidade portuguesa que mais habitantes perdeu desde 1980 (quase 300 mil, ou seja, cerca de um município do Porto). A cidade de Lisboa tem hoje pouco mais de 500 mil habitantes e eu sugiro ao Rui Encarnação, mas também ao António Alves, as seguintes razões:

  • a) Mercado habitacional arruinado depois de décadas de congelamento de rendas
  • b) Câmara Municipal arruinada que usa as receitas para pagar salários a funcionários e sem qualquer capacidade de intervenção na cidade
  • c) Expulsão dos habitantes, sobretudo classe média, para os subúrbios relacionada com os anteriores.

Sobre as grandes obras (ver aeroporto, nova travessia do Tejo, etc), as únicas objecções que vejo surgirem a essas megalomanias têm origem em Lisboa (excepto Rui Moreira). A esmagadora maioria dos habitantes, pode crer, só prevê mais trânsito, poluição e perda de qualidade de vida. Curioso, na realidade a equação tem sido obra pública = perda de habitantes para os subúrbios. Se fosse pelos lisboetas, o aeroporto ficava onde está e não havia mais pontes para ninguém. Mas infelizmente o Estado Central acha o contrário e nós comemos e calamos.

E agora uma provocação: Já no referendo da regionalização o País preferiu seguir o Norte, que votou pela rejeição, e ignorar Lisboa, que votou favoravelmente. Está na hora de o País deixar de seguir o Norte e ouvir o que os lisboetas dizem: Estado Central na Defesa e Negócios Estrangeiros, pela municipalização já!

Cumprimentos,
Miguel Alves