De: Jorge Santos - "Anestesiados?"

Submetido por taf em Quarta, 2008-04-16 16:44

Em relação ao post do Daniel Rodrigues gostaria de fazer umas pequenas correcções nesta parte:

"2. Estradas:

  • a) duplicação da IP4 até Quintanilha;
  • b) conclusão da duplicação do IP3 Vila Real - Chaves;
  • c) pressionar Espanha para acelerar ligação de auto-estrada do outro lado destas duas fronteiras."

a) A duplicação do IP4 já está anunciada até Bragança, nos números dos investimentos por distrito, o alto valor que vai ser investido em Vila Real e Bragança deve-se sobretudo a essa construção, que de certeza irá ter custos acrescidos pois o traçado do IP4 foi muito mal projectado, mas enfim eram as tais vias rápidas do interior no tempo do Sr. Silva que agora se pagam a muito mais do que o dobro.

b) Vila Real e Chaves já estão ligados por auto-estrada a A24, ligando esta Viseu a Chaves.

c) Falta a ligação do lado espanhol à fronteira, cerca de 15 Km, e depois entre Bragança ou onde acabar a duplicação do IP4, presumo que na fronteira e a A-52 em Espanha. Esta situação sempre foi uma das que me deixou perplexo, como é que durante anos e anos a Norte nunca tivemos ligação por auto-estrada a Espanha, a Sul também demorou creio eu, sendo que nestes dois casos especialmente Bragança (a tal única capital de distrito, como lembrou o nosso primeiro.ministro, sem auto-estrada) parece um pouco rídícula, os espanhóis fazem uma auto-estrada quase que paralela ao território português, a A-52 ou auto-pista de las Rias Bajas, ligando basicamente Vigo, cidade portuária com Aeroporto, ao resto de Espanha, ainda por cima quase que gratuita, paga-se uns quantos cêntimos para entrar em Vigo, e nós por cá demorámos uma eternidade até lançar a ideia de auto-estradas no interior, ligando o litoral desenvolvido a Espanha e consequentemente à Europa, podendo o interior profundo e sub-desenvolvido como lhe gostam de chamar colher umas migalhas. E atenção que eu não sou um maníaco defensor de alcatrão, que ache que cada aldeia no fim do mundo mereça uma auto-estrada e, como habitante do interior, ache que se deveria tentar preservar muita da paisagem natural e não a encher de estradas, pontes e viadutos e como parece ser moda aero-geradores.

De resto, queria dar os meus parabéns a esta plataforma de discussão verdadeiramente democrática e anti-lobbysta, numa altura que os think-tanks parecem estar na moda lá prós lados da política da capital deveriam era pôr os olhos aqui, que realmente tem exacerbado o meu espírito nortenho e a qual não passo sem consultar diariamente.

Jorge Santos