De: José Silva - " Ryanair e a multiplicação dos «Suevos»"

Submetido por taf em Terça, 2008-04-15 13:47

O Norteamos é lido pelo comentador/blogger «Suevo» do moribundo blogue Legião Invicta. Várias vezes tenho trocado impressões acesas com ele. O único ponto em comum que temos é ambos defendermos o desenvolvimento da região Norte. Porém o «Suevo» propõe separatismo baseado em questões de raça, entre outras, algo que obviamente discordo (quer a solução, quer as razões que a motivam). No entanto o actual estado da «Drenagem» exercida por Lisboa, leva-me a admitir que o futuro a médio prazo é incerto. Ainda ontem a Liga do Norte duplicou o número de deputados em Itália... As minhas convicções manter-se-ão. Duvido que a Norte surja um espírito separatista. Seria primeiro necessário que a emigração se tornasse dífícil e que o FCP passasse 10 anos ou mais sem ganhar, para que as massas alienadas a Norte tomassem consciência da situação... No entanto, há relatos como o seguinte que me fazem pensar na multiplicação dos «Suevos». Trata-se de um anónimo comentador, que nem blogger é e que por isso representa bem o pensamento dos cidadãos comuns (que não se deixam alienar pelo futebol, claro está):

«Base no RYR no Porto? Não. Neste momento e depois da tentativa de negociação com os autistas que gerem a ANA, a Ryanair decidiu que os espanhois são bem mais flexiveis, inteligentes e abertos à perspectiva de investimento estrangeiro. A base de Reus abre já em Outubro (facto já oficialmente confirmado) e continuam a levar a bom porto negociações em outros aeroportos. A ANA continua muito mais preocupada em entupir o aeroporto de Lisboa e, com isso, justificar o investimento faraónico a ser feito em Alcochete. Lentamente, condena os aeroportos do Porto e Faro a tornarem-se em aeroportos regionais, nega a possibilidade de emprego, directo e indirecto, a centenas de pessoas e condena uma região já de si empobrecida a mais um passo na direcção errada. É imperdoável, criminoso e revoltante como a impunidade se mantém e decisões deste porte passam ao lado da maioria da população. A região Norte não podia ter perdido esta oportunidade e não há como justificar terem negado os 4 Euros de deconto que a RYR pedia. Em qualquer parte do mundo o negócio rege-se pelo mesmo princípio: quem compra em mais quantidade, tem direito a um maior desconto; foi isso que foi proposto à ANA, foi oferecerem um volume de passageiros jamais visto e, como contrapartida, exigiam um deconto de QUATRO EUROS!!!!!! A ANA desculpabiliza-se, atenta contra o senso comum de todos nós e justifica-se dizendo que tem de dar as mesmas condições a todas as companhias aéreas, independentemente do contributo real que qualquer uma delas dê para o aeroporto. Passam um atestado de estupidez à população, saem incólumes depois da imundice que fizeram e ninguém faz nada. Não é pois de espantar que as vozes moderadas do Norte se comecem a revoltar e se difundam opiniões extremistas e aparentemente descabidas. O que me parecia absurdo, parece-me cada vez mais plausível e campo fértil: o Norte não faz parte de Portugal e essa ideia deve ser cultivada. A seu tempo e caso as coisas continuem como se tem visto, a democracia irá legitimar essa ideia e os grilhões que nos mantêm ligados à liderança Lisboeta serão cortados. Hoje, na minha humilde opinião, esta é ainda uma opinião de “caverna” mas que lentamente germina tanta é a lenha que nos dão para queimar. O caso da Ryanair é só mais um, infelizmente de uma dimensão bem maior do que a que que se possa imaginar, mas a lista é longa e ilustre. Pessoalmente, vou renunciar à minha cidadania, optar por um passaporte cujas cores me deem orgulho e fazer o mesmo com os meus filhos. Sigo o exemplo da Ryaniar e cago p’ra Portugal.»

José Silva - Norteamos