De: Valério Filipe - "A Avenida dos Aliados"
Sobre a inauguração da Avenida dos Aliados e sobre a cobertura mediática, devo dizer que vi, nos diversos telejornais, as peças jornalísticas da RTP (canal 1 e RTP-N), da SIC (e SIC Notícias) e da Invicta TV.
Em todas elas foram ouvidos o Presidente (que se lembrou dos críticos profissionais) e o Arquitecto Siza Vieira. Em todas elas se viu a inauguração da fonte pelos 3 portuenses com mais calor.
Quando no dia seguinte vi a capa do JN, calculei imediatamente que o site da CMP, certamente por indicação do Presidente (ver entrevista ao Correio da Manhã) se iria insurgir contra a fotografia.
Dito e feito. Será que o Presidente e o site da Câmara não tiveram, ainda, noção do ridículo? Esta sanha persecutória não faz qualquer sentido. Outros órgãos de informação deram igual importância à "inauguração" da Fonte. A continuar assim qualquer dia verei o Presidente a dar razão ao Professor Carrilho (Ah! Estes malditos jornalistas...)
Os jornais e televisões, provavelmente deveriam ter dado mais eco às palavras do Arquitecto, justificando o deserto de pedra no meio da Praça: "É a sala de visitas do Porto, onde se reúne a cidade", reiterou Siza Vieira, explicando a opção pelo "piso duro" em vez dos espaços verdes e relvados, permanentemente "espezinhados". O Arquitecto exemplifica a utilização pelas massas: as vitórias do Futebol Clube do Porto, ou a manifestações (e agora digo eu: dos trabalhadores da recolha de lixo ou dos bombeiros).
Ainda bem que o Presidente não o ouviu, senão mandaria já lá plantar um belo relvado, com grandes avisos a proibir que pisem a relva e certamente que lá colocaria uns quantos "eco-cães". (aproveito para pedir uns quantos "eco-homens" para o Jardim de São Lázaro)
Quanto ao mais importante: no essencial gosto da nova Praça. O Garrett ficou com o piso em calçada portuguesa (e agora fica mal), a Fonte (espelho de água?) está muito bonita, parece estar num plano inclinado desafiando as leis da física (pelo menos para quem passa de carro).
Não gosto do já referido deserto de pedra (sem árvores) - a lembrar a Praça dos Poveiros - onde foi montado o palco para as comemorações do 10 de Junho - onde o Presidente vai receber a condecoração...
Temo que, mais tarde ou mais cedo, as massas espezinhem aquele piso duro com os automóveis, obrigando à colocação de pilares.
A iluminação, parecida com a da re-aberta Praça do Marquês resulta muito bem. No caso do Marquês transmite mesmo segurança para quem lá passa (ou passeia) a desoras.
Valério Filipe
vnfilipe@gmail.com