De: Luís Damião - "Bolhão - A Câmara do Porto joga com palavras e com imagens"
Subscrevo as palavras de Cristina Santos. Julgo mesmo que o País ruiu de forma serena e ninguém se apercebeu. Todas as forças políticas, PS, CDU, BE, PSD, CDS-PP por alguma razão estão comprometidas com o regime e existe uma constante falta de honestidade nas palavras das "vozes colocadas" dos senhores políticos.
Já se percebeu, tal como TAF referiu, o projecto do Bolhão é destruidor. A cada dia que passa as situações ficam mais claras e o projecto apresentado pela TCN e publicado por Sérgio Caetano aqui no blog demonstra que os pisos vão deixar de existir. Mais, as fachadas essas, se ficarem, ficarão descaracterizadas, veja-se a plantação de caixas de escadas no piso 0, junto aos alçados em todo o perímetro.
Mais: o 3D que a TCN produziu, e que Carlos Manta publica, é enganoso porque dá a sensação que tudo se mantém, mas o piso onde se vêem as barracas situa-se no 3º andar, por debaixo do mesmo situam-se duas lages, suportando a área do shopping. Vejam as plantas. Estive hoje com um comerciante que referia que o Eng.º Pedro Neves, penso que o administrador da empresa imobiliária, lhe terá dito que o último piso era o dos comerciantes, ficando com uma área de 3% no volume total do edifício, para o Mercado do Tradicional. E que lhe referiu que o edifício terá de ser todo demolido pelo interior, para ser moderno e rentável.
O mais grave, em minha opinião, não reside na empresa imobiliária, reside na falta de vontade política por parte da Câmara em gerir os interesses público/privados. Demitiu-se. E o processo não está a ter nenhum diálogo com a C.M.P. Resta-me salientar que leiam a entrevista que o arquitecto americano deu ao JPN acerca do seu projecto. Penso que a Ordem dos Arquitectos portugueses vai estar estar de cabelos em pé, depois de ler o artigo.
Luis Damião
"Quão modificada vai ser a fachada? Foi dito que o interior teria de ser "inevitavelmente" demolido.
A nossa intenção é não modificar o design das fachadas externas. São lindíssimas e queremos restaurar os detalhes originais para tornar os elementos arquitectónicos seguros. As fachadas das lojas vão ser um desafio, já que foram modificadas muitas vezes no passado e precisarão de responder a novos comerciantes."