De: TAF - "Leituras"
- Centro Histórico do Porto “está em estado de coma”, segundo o Padre Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-pobreza em Portugal:
«Lá no centro histórico do Porto (CHP), onde se fechou o CRUARB, a Fundação, onde se ostracizou o CHP, mas, onde se gasta dinheiro de uma forma incrível… repare, vamos começar pelos menores. Os menores de 18 anos masculinos nas quatro freguesias são 330. Este é o número dos que recebem mensalmente um subsídio de 180 euros por mês. Não estudam e não trabalham e vivem em casa dos pais. E recebem apenas porque o solicitaram. Quanto às raparigas, menores, na mesma situação são 348. Esta é a nossa governação. Os jovens não têm qualquer culpa. Reconhecem-lhes esta possibilidade, dão-lhes o dinheiro e não lhes pedem contrapartidas. Digo então que esta governação é criminosa. Não está a ajudar os jovens. Estão apenas a ser alimentados par o crime e para a marginalidade. Isto é humanamente desonesto. A nível de agregados familiares, no CHP, são actualmente 924 que estão a receber o rendimento mínimo. Posso dizer que só na Freguesia da Vitória, o ano passado apenas 62 pessoas foram acompanhadas. O que quer dizer que a maioria recebe o dinheiro de uma forma inócua e sem qualquer compromisso de responsabilidade. Porque o Estado está a criar uma subsídio-dependência. Esta a criar-se uma sociedade que a curto e médio prazo não vai ter capacidade de se integrar na vida activa. Posso ainda avançar os resultados de um estudo feito de porta-a-porta em São Nicolau, pelo centro social. Os activos são apenas 30 por cento e a freguesia não tem mais de 900 residentes. Os outros vivem do rendimento mínimo, da reforma… e é este o drama.
(...)
Se houve a vontade política, encabeçada pelo Dr. Rui Rio e depois em colaboração com o Ministério do Trabalho e Segurança Social, de terminar com a Fundação, a verdade é que passados seis meses, ou mais, ainda não houve uma tomada de posição. O que significa que mensalmente, os custos da manutenção das pessoas que lá estão, que não têm um plano de trabalho, nada funciona, dá uma despesa de 62 mil euros. Esse dinheiro apenas cobre os vencimentos, a luz e a água… e pouco mais. E ninguém ouve ninguém! Esta postura de centralidade é tal que gastar dinheiro à toa e de modo irresponsável a nível local não conta. Se houve uma decisão política para extinguir que sejam coerentes, agora estar a gastar o dinheiro que tanta falta faz em nada… é no mínimo desonesto.»
- Artur Santos Silva n'O Tripeiro:
«(...) numa cidade como o Porto, (o protagonismo político) depende muito, quer de quem está à frente da autarquia, ou das autarquias mais identificadas com o Porto, quer dos deputados e membros do Governo, cuja vida e afirmação aqui se faz. O protagonismo económico do Norte é real e muito forte. O protagonismo político devia ser muito maior.
(...)
Não acredito na regionalização. O nosso país é muito pequeno e não tem nenhuma tradição de regionalismo. Muitos defendem que a regionalização proporcionaria melhor governação política. Aquilo em que acredito é na descentralização e desconcentração de funções e serviços públicos, a todos os níveis, das estruturas centrais do Estado às escolas, às unidades de saúde... Por outro lado, há que revalorizar e enobrecer o exercício de funções políticas - nas autarquias, no Parlamento, no Governo, atraindo os jovens para os ideais políticos. Isso só é possível se dignificarmos tais funções e se formos mais exigentes em avaliar quem as exerce.
(...)
Acho que é desejável reduzir as tensões que há com alguns "media", que não favorecem a mais conveniente mobilização da cidade para o que de mais positivo está a ser feito e para o que há a fazer. Por outro lado, deveria ser dada maior prioridade à cultura. (...) Preferia que tivesse sido possível que o Rivoli continuasse a ser um grande espaço de programação cultural que servisse as instituições da cidade ligadas às artes do palco, como o teatro e o ballet, podendo também aqui funcionar como uma extensão da Cinemateca.
(...)
Os três municípios da "linha de água", Matosinhos, Porto e Gaia, que são um todo urbano valorizado, ou pelo rio Douro, ou pela frente atlântica, deveriam ter uma política comum e coerente, de planificação urbanística, de transportes, de distribuição de energia, de abastecimento de água, de ambiente.
(...)
Não conheço as razões porque não há uma actuação mais forte da Junta Metropolitana do Porto. É aí que todo o Grande Porto está envolvido.»
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- 2ª Feira, dia 10, às 18:30 - Apagão no Bolhão; às 20:30h - Gesto Cívico nas traseiras da Câmara - sugestão do Movimento Cívico