De: António Alves - "Porto - Minho - Vigo"
A passagem do Comboio de Velocidade Elevada no Sá Carneiro é considerada imprescindível pela maioria dos agentes que já se pronunciaram sobre o assunto. Com excepção de dois: Emídio Gardé e a Secretária de Estado dos Transportes. Esta diz até que os comboios rápidos (TGV's e outros) não são para servir aeroportos mas sim cidades, e aponta até o exemplo da Europa. No entanto, a sua lógica parece só valer para o Porto e a citada Europa. Para Lisboa já não serve: sempre que o fantástico aeroporto - cidade aeroportuária aerogare de Portugal, a infra-estrutura que vai reduzir Barajas a pó, concorrer com Londres e Frankfurt no mercado dos voos intercontinentais da América e África para a Europa, mais conhecido por NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) - muda de sítio lá leva a sua estação de TGV a reboque e aos trambolhões. E não só: leva também consigo uma parafernália de pontes, faixas de rodagem, linhas e ramais ferroviários atrás. Estamos esclarecidos.
O facto da distância ser curta - entre Campanhã e o ASC - é que torna desnecessário que a velocidade seja elevada. O que interessa é o tempo de percurso final em entre os dois pontos notáveis - Cidades do Porto e Vigo - e não o tempo gasto nos troços intermédios. Desde, obviamente, que o primeiro não seja posto em causa. A minha proposta visa retirar argumentos ao Governo para não ligar o ASC à linha Porto - Vigo logo a partir o dia em que esta seja inaugurada. Esse é que me parece um objectivo importante.
Logicamente eu também preferiria uma solução muito mais eficaz como seria um túnel. Aliás, preferiria até uma linha totalmente nova, construída de raiz com uma velocidade de projecto de 250 km/h, com bitola europeia, com entrada na cidade, vinda do sul, em ponte na zona da Arrábida, passagem pelo Porto em túnel, estação nos terrenos devolutos da antiga Estação da Boavista junto à Casa da Música - um edifício totalmente construído em vidro, transparente, para não tapar a visão da obra do Koolhaas -, seguimento em túnel até ao Sá Carneiro e daí a Braga e Vigo. Assim, tudo limpinho e eficaz. Haja políticos e cidadania com coragem, e respectivos apêndices, para impor isto. E já agora dinheiro também. Como dizem os brasileiros: convém cair na real! :-)
António Alves