De: António Alves - "A integração do ASC na futura Linha Porto-Galiza através da Linha de Leixões"

Submetido por taf em Sexta, 2008-01-11 17:29

A discussão sobre o futuro do Aeroporto Sá Carneiro (ASC), até por causa dos últimos acontecimentos, estará de novo viva na agenda mediática. Aproveito o ensejo para voltar a um tema de primordial importância: a integração do ASC na futura Linha de Velocidade Elevada (LVE) Porto-Galiza.

É notório que existe uma resistência por parte do Governo em assumir que a ligação do aeroporto à nova linha ferroviária se faça desde já. Um dos argumentos utilizados para protelar a decisão tem sido a suposta necessidade de construir um túnel entre Campanhã e o ASC. Neste texto apresento um conjunto de factos e argumentos que, na minha opinião, provam que não é necessário construir qualquer túnel e que até já existe uma ligação eficiente para alcançar o importante objectivo de conseguir a ligação do ASC à LVE. Essa solução é a adaptação do canal ferroviário da Linha de Leixões para esse fim.

As grandes vantagens desta proposta são não pôr em causa o objectivo de ligar Porto a Vigo em 60 minutos, a facilidade de construção e o baixo custo financeiro. Esta ligação será sempre muitíssimo mais barata que uma solução em túnel e com prazos de construção incomparavelmente menores. O custo médio por quilómetro estimado para o projecto LVE Porto-Vigo é de 9 M€ (1). Os 18,5 km aqui propostos, mesmo que atingissem esse preço (hipótese que não se põe), custariam cerca de 167 M€. Em relação à opção túnel representaria ainda assim uma enorme poupança de 433 M€. Esta proposta tem ainda a vantagem adicional de modernizar a Linha de Leixões. O que possibilitará a introdução de comboios urbanos nesta via conseguindo-se desse modo uma cintura externa à rede de metro do Porto.

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António Alves

Declaração de interesses: Não possuo qualquer terreno que possa vir a ser valorizado por alguma das intervenções aqui propostas. Aliás, não possuo terrenos em lado nenhum. Nem mesmo no cemitério. Exerço uma profissão ferroviária, logo a extensão do caminho-de-ferro beneficia-me directamente. :-)

(1) RAVE – Relatório e Contas de 2006 da RAVE, p. 34