De: Rui Encarnação - "A CMP e a violência"
Não percebi nada das declarações do nosso presidente. Primeiro manteve-se silencioso (enquanto duraram os tiros e os ajustes de contas). Depois divertiu-se, como sempre, a zurzir na Justiça e na PJ do Porto, pois nenhuma delas faz nada e são pejadas de incompetentes. Por fim, quando os incompetentes detiveram suspeitos e efectuaram um operação de grande escala (sem que isto signifique que foram detidos os culpados ou responsáveis pelos diversos assassinatos – é que ainda há Lei e presunção de inocência em Portugal), veio dizer que “já estava à espera das detenções” e aplaudiu o procurador geral pela nomeação da equipa dita especial, que nada fez ou soube dessa concreta operação?
No meio de tanta congruência, fiquei sem perceber se a CMP tem, ou não, algum papel, quer de articulação com as polícias no plano repressivo e a posteriori, quer, principalmente, no plano preventivo de combate à criminalidade. E, perdoem-me a incapacidade, fiquei sem saber ou perceber se a CMP quer ter semelhante papel. É que, se dermos como certo que parte dessa marginalidade e criminalidade assenta nas populações desfavorecidas da Ribeira e Bairros Sociais, não se percebe o que é que a CMP tem andado a fazer com a sua primeira, anunciada, prioridade.
Talvez a SRU intervenha na Ribeira, no plano social e humano (com dois ou três hotéis novos tudo ficará quase resolvido) e a CMP nos bairros sociais (com duas ou três expulsões e demolições se acabem de vez com os marginais), de forma a tentar prevenir no futuro novos acontecimentos destes. Ou então, por coerência, será que não irão fazer como aos arrumadores, simplesmente erradicá-los...