De: Cristina Santos - "Desistência"
Cá está, Rui Valente, a importância da troca de opiniões, o Francisco traz-nos no último post um ponto de vista que completa a análise que deve ser feita das denúncias de Paulo Morais – ou seja, são efectivamente denúncias, mas devemos atender a uma série de condicionantes - tem razão e isso é que torna importantes as discussões.
Quanto a Ricardo Figueiredo, aliás quanto a toda a equipa do primeiro mandato, no que me diz respeito acreditava que eram justos dentro da justiça do sistema político possível, defendiam causas e apontavam caminhos. Desconheço o motivo que levou à retirada em bloco desta equipa, mas parece-me um facto comparável aquelas situações em que depois de feitos os alicerces se substituem os técnicos responsáveis por motivos de cunha ou poupança…
A questão dos direitos adquiridos é uma questão nacional – é um facto.
Mas como nunca foram as condicionantes legais que condicionaram as acções deste executivo, resta apenas perceber se o tal homem de causas está a desbotar.
O povo acreditava que com este Presidente valiam todas as lutas em nome da Cidade do Porto, fossem elas a legalidade de um túnel, a construção no parque, as Antas, por mim falo, defendia este executivo pelos projectos radicais que apresentava – São João de Deus, Porto Feliz, Macro-estrutura, impedimento de construção no parque da Cidade, garantia de não ocupar nem mais um metro quadrado do solo verde da cidade – esta política representava um corte com a política de chiquelete dos interesses particulares.
Tratando-se do segundo mandato e sendo que as directivas não foram alteradas, não se admitem condicionantes que não tenham sido previstas e comunicadas como intransponíveis até Setembro passado, portanto o povo continua à espera que Rui Rio lute contra tudo e todos a favor das causas do bem comum da nossa cidade, que esteja contra as políticas gorila. Ora de momento não foram ainda apresentadas ao povo as equações que estão em causa e os resultados previsionais para o ecossistema natural e até populacional desta cidade, o que tem sido feito é um silêncio rigoroso, porque quem não fala não entra em contradição e é no silêncio que esta equipa se segura…
Vamos a ver o que é que em silêncio esta equipa nos prepara mais, se mais uma empresa, se a aprovação da edificação prevista para o Parque da Cidade.
Enfim vamos ver «se aquilo que parecia uma bela sinfonia, afinal não é só mais uma banda a passar».
Cristina Santos
Nota 1 – Pergunto: onde andam os verdes da Cidade? Ou lá na Quinta da China o ecossistema não interessa muito?!
Nota 2 – Caro Rui Valente não se preocupe, de facto não conheço nenhuma Dalida mas conheço os Beatles, estou certa que chega para nos entendermos.
Nota 3 - A Paula desculpe, mas a sua boa sugestão surgiu assim no meio de uma pequena desilusão.