De: TAF - "Abandonar a União Europeia"

Submetido por taf em Domingo, 2007-11-25 23:56

Artigo de António Barreto

Agora que já é quase meia-noite, admito que o Público não se importe que eu reproduza aqui o artigo de António Barreto de hoje. Se importar, paciência: o assunto é demasiado grave e outros valores mais altos se levantam. Pressuposto: admito que o que António Barreto escreve é verdade.

A minha primeira reacção foi: vou imediatamente começar a fazer campanha pelo abandono da União Europeia. Fazia-se um acordo qualquer para manter o Euro, para ter comércio e circulação de pessoas livres qb., um pouco ao estilo da Suíça, mas desistíamos desta loucura. Se não o país inteiro, ao menos a Região Norte. O nível de insanidade atingido é completamente insuportável. Quando digo "insuportável" não é força de expressão: eu não estou mesmo disposto a aturar isto. Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a resolver o problema. E a primeira coisa a fazer é pensar.

Ora, pensando melhor, se calhar não é preciso tanto. Não sou especialista, mas tenho a ideia de que existem "válvulas de escape" na legislação europeia para quando um país julga estar em causa a "salvaguarda de interesses vitais", ou algo do género. Pois bem, não vejo interesse mais vital do que a nossa liberdade e a preservação daquilo que nos identifica, que faz de cada povo um povo diferente dos outros.

Se há quem não perceba bem estes "preciosismos" de Liberdade e Cultura, vejamos isto pelo prisma estritamente económico: estas regras são perfeitamente incompatíveis com a estrutura do nosso tecido económico. Uma grande empresa terá capacidade (e em muitos casos até vantagem) em adoptar procedimentos totalmente normalizados, mesmo que isso traga complexidade adicional. Contudo, as PMEs e os pequenos negócios individuais ou familiares - com enorme peso em Portugal - não conseguirão cumprir este desvario regulamentar. Por isso das duas uma: ou passam à clandestinidade, ou fecham. Encerremos então o país...

Os burocratas de Bruxelas têm de ser educados, nem que seja à força. É preciso explicar-lhes que a solução não é regulamentar proibindo, mas eventualmente regulamentar classificando/certificando. Ilustro com um exemplo: se uma cadeia internacional de pizzas cumprir todas estas normas referidas por António Barreto, as suas lojas teriam como "prémio" um fantástico "selo de qualidade" que as deixaria muito feliz e também aos senhores tão competentes de Bruxelas. Mas um café de bairro que serve os rissóis feitos pela Dona Maria acompanhados pelo verde tinto do quintal do Sr. José nas malgas de barro compradas na feira pode continuar a funcionar legalmente, para os improváveis cidadãos que se atrevam a arriscar tamanha imprudência de consumir seja o que for que não esteja devidamente garantido por quem sabe e protege a nossa saúde.

Se isto não for possível, então eu quero realmente sair da União Europeia. Não bastaria uma regionalização, eu passaria a lutar pela independência do Norte. Um Simplex em cima da regulamentação das actividades económicas é vital. É urgentíssimo. É uma questão de soberania nacional. Eu quero ser um homem livre e falta-me o ar.

PS: duas notas adicionais.
- António Barreto entretanto publicou o texto também aqui.
- Se o Governo não reagir a esta situação, que extraordinária oportunidade tem aqui a Oposição!  ;-)

PS 2: Sugestão - www.NÃO.net ou www.NÃO.com (com til). Organize-se uma campanha. Eu forneço os endereços.