De: Luís de Sousa - "Arquitectura Efémera"

Submetido por taf em Quarta, 2007-10-24 18:55

O conceito do Serpentine Gallery, para além de todas as qualidades enunciadas no post do David, ainda tem a mais-valia de se auto-sustentar uma vez que, volvidos os 3 meses de exposição no jardim da fundação, a obra de arquitectura efémera é leiloada tendo por base o seu preço de custo, o que faz com que apenas exista investimento económico, mas não prejuízo para quem promove, muito pelo contrário uma vez que o espaço funciona como cafetaria e auditório de inúmeras conferências ao longo da sua permanência. Por isso penso que se calhar, numa iniciativa deste tipo, o modelo de concurso não teria o mesmo impacto, pois o que dá notoriedade e o que torna viável a venda das estruturas é elas serem elaboradas por arquitectos internacionais que ainda não possuam obra no país (no caso específico do Serpentine, Inglaterra).

Como devem ter reparado, os projectos na sua totalidade são exercícios experimentais do ponto de visto construtivo, pelo que a sua exequibilidade está sempre associada ao prestigiado engenheiro Britânico Cecil Balmond (autor da ponte pedonal de Coimbra) da prestigiada ARUP, consultora de engenharia da maioria dos projectos elaborados pelos grandes nomes do “Star System” da arquitectura mundial.

No Porto nem isso é problema, pois temos os AFA que já demonstraram ter capacidade e determinação em desafios complexos e inovadores, e que com certeza aceitariam ser parte integrante de um projecto deste tipo. Haja um promotor interessado na iniciativa e o Porto pode passar a orgulhar-se de ter um evento de forte notoriedade internacional e que, como o David disse, afirme a cidade ainda mais como a capital portuguesa da arquitectura, demonstrando que não vive à sombra do prestígio já cada vez mais esbatido de uma ideia de escola que terminou no momento da divisão do ensino superior artístico portuense.

Cumprimentos
Luís de Sousa