De: Manuel Leitão - "Ainda os eléctricos..."
Quando foi anunciada a nova linha de eléctricos na Baixa e conhecido o seu percurso, decidi mudar o meu escritório para a zona dos Leões visto que achei positivo para mim e para a cidade poder contribuir, ainda que minimamente, para a despoluição e desafogo do trânsito. Tudo muito lindo mas ainda não tinha entrado em funcionamento e já éramos informados que afinal o eléctrico era para os turistas e que, por isso, bastava que passasse de meia em meia hora. Primeira desilusão e tentativa de interiorizar que, enfim, era melhor que nada (turista na sua própria terra é piada de mau gosto, mas vindo de onde vinha, já nada admirava…).
Agora, constato que, na prática, mesmo a meia hora é conversa fiada. Já tive que esperar 50 minutos pelo “amarelo” e sabem porquê? É que o eléctrico é sempre o mesmo e, se se atrasar por qualquer motivo, bem pode acontecer o que, ao que parece, é corrente: parte quando parte, chega quando chega, porque os horários anunciados são mesmo para turistas, ou seja “para inglês ver”. É óbvio que é necessário que existam dois eléctricos em simultâneo a fazer o percurso, saindo ao mesmo tempo um do Carmo e o outro dos Guindais. Será que é difícil a STCP entender este princípio tão simples ou fingirá que não percebe e quer que andemos aqui “por ver andar os eléctricos”? E que os respectivos guarda-freios possam comunicar um com o outro, sempre que se apercebam que por qualquer motivo de força maior o trânsito não flui, evitando assim que se “encostem” um ao outro. Se é por falta de dinheiro para o segundo eléctrico e respectivo funcionário, abro já aqui uma subscrição: cem portuenses a cem euros, para um ano será suficiente, ou precisam de mais?
P.S. – A Câmara do Porto é “cabeçuda” q.b., mas tem demonstrado ultimamente que a casmurrice, mesmo ali, tem limites: afinal sempre permitiu o “Se esta rua fosse minha...” e já(!) gradeou os acessos às ruínas da Praça de Lisboa, dificultando o seu uso pela “galfarrada” que ali fazia “ninho” e colocava em risco a segurança pública. Está, pois, provado que vale a pena enfrentar e vencer civicamente Rui Rio e “acólitos”.