De: Daniel Rodrigues - "Regresso ao Rivoli"
Da notícia:
«"Os arguidos, artistas que são, movimentando-se nesse meio diferente que é o espectáculo, tiveram uma atitude de revolta também diferente", refere-se no documento, adiantando que a actuação do grupo não tinha o propósito de desobedecer a uma ordem, mas "apenas demonstrar da forma que entendiam e da forma que se proporcionou o seu desacordo relativamente à política cultural a seguir para o teatro Rivoli"».
Eu sou leigo em matéria de lei, mas enquanto cidadão com bom senso, e defensor da igualdade de direitos e deveres dos cidadãos, acabo por me perguntar como pode uma decisão judicial basear-se no facto de alguém ser artista para desculpar um acto de 'revolta'. Porque é que um artista é diferente de outro cidadão? O que tem esse 'meio do espectáculo' assim de tão diferente de todos os outros meios?
Também, ainda leigo, mas procurando ainda ter bom senso, pergunto-me se cada um se pode agora manifestar da forma que bem entende. Parece-me a mim que, perante a lei, não é justificação plausível para um acto o nosso entendimento sobre a nossa acção, mas sim se ela respeita ou não a lei. Entendimentos subjectivos são, a meu ver, dispensáveis. Mas isso talvez seja por eu também ser inculto, e gostar de ir ver outros espectáculos para além dos considerados 'cultura' pelos 'cultos'...
Talvez seja também por ser inculto...