De: Pedro Aroso - "Representatividade II"
Caro Tiago
O teu post com o título “Representatividade” é uma verdadeira pedrada no charco, mas só vem aumentar a estima e consideração que tenho por ti. Digo isto, não pelo facto de manifestares a tua intenção de aderir ao PSD, mas porque sempre defendi que é dentro dos partidos que devemos fazer política. Ser “independente” é uma opção muito cómoda, sobretudo para aqueles a quem falta coragem.
Eu inscrevi-me no PPD em Outubro de 1974 e paguei caro por isso. A minha adesão coincidiu com o início do PREC (Processo Revolucionário em Curso), por isso é fácil imaginar o que foi a minha vida na Escola Superior de Belas Artes do Porto (actual FAUP), dominada exclusivamente pela Esquerda e Extrema Esquerda, na altura manifestamente avessas a qualquer tipo de Democracia parlamentar. A minha passagem pela política resumiu-se ao período em que fui vereador na CMP. Se por um lado foi uma experiência muito enriquecedora e me permitiu fazer bons amigos, também me trouxe alguns dissabores, sobretudo porque não estava habituado a intrigas palacianas, vindas de quem menos esperava, isto é, de gente do meu próprio partido. Esse desencanto levou a que não me refiliasse no PSD quando o Dr. Rui Rio, então secretário-geral, impôs que fosse feita uma nova inscrição. Não posso, por isso, propor a tua adesão, mas estou certo de que não faltarão subscritores.
Aproveito esta ocasião para dizer que não apoiei nenhum dos candidatos à presidência do PSD, mas fiquei contente com a vitória do Luís Filipe Menezes. Marques Mendes demonstrou, à saciedade, não ter carisma para mobilizar os militantes. Acredito que o Luís Filipe Menezes nos possa surpreender, tal como o fez com a Câmara Municipal de Gaia, onde os resultados estão à vista de todos.