De: Luís Gomes - "Finalmente, o Norte"

Submetido por taf em Sábado, 2007-09-29 14:47

Fico satisfeito, mais pela saída de Mendes do que pela vitória de Menezes. O PSD foi a todos os níveis degradante com Marques Mendes como líder. Foi Lisboa, foram os debates insípidos e sem combate nenhum, foram as caras do "mais do mesmo" que Mendes apresentou. A verdade é que só o Governo apresentou propostas, medidas e a Oposição limitou-se a fazer "bota abaixo", sem projectos alternativos. Só podemos assacar isso devido à sua responsabilidade a Marques Mendes.

Quanto a Menezes, gostava de perceber se a colagem a Santana Lopes em 2005 foi apenas estratégica ou se é também de conteúdos e ideais. Gostaria de não o ver falar demais, nomeadamente alinhar em derivas populistas. É importante perceber primeiro o que vai fazer em relação ao seu mandato autárquico. Seria importante para ele sair a bem, e evitar cometer os erros que Narciso Miranda ou Fernando Gomes fizeram quando foram seduzidos pelo poder central. Fico sobretudo satisfeito por ver alguém do poder local do Norte ganhar notoriedade a nível nacional, na medida em que assistimos a um grande distanciamento entre o poder central e o poder local. Este último é aquele que está mais perto dos cidadãos e, por via disso, o povo percebe muito mais a obra de Menezes na sua rua, no seu transporte, na escola para os filhos, ou nos tempos de lazer. Não vou expor a obra de Menezes porque a melhor prova disso é que Gaia ombreia com o Porto em termos de equipamentos, acessibilidades e ganha naturalmente na habitação.

Mas ter experiência local não basta. Para contrariar este Governo, há que sobretudo contrariar Sócrates, porque está bom de se ver que é ele e mais 2 a 3 ministros que impulsionam o programa de Governo (fazendo o que está e o que não está nele). Apesar de avanços em algumas áreas, ninguém percebe o que se passa com a educação e com a justiça deste país. A saúde está cada vez mais cara, as listas de espera desesperam, continuam a sair milhares de professores para o desemprego sem cortar os numerus clausus no ensino superior, deixam privadas inundar o mercado de diplomados, fecham-se escolas atrás de escolas, oferecem-se estágios profissionais a empresas que depois não integram os jovens e mandam-nos para a rua indo buscar mais estagiários. Foi isto que os Portugueses escolheram? Aumento do IVA, ISP e dos impostos autárquicos? Agricultura em letargia? Câmaras sem dinheiro para fazer face a compromissos básicos? Criminosos a sair da prisão preventiva? Salas de chuto paredes meias com zonas residenciais? Não me vou alongar mais.

Quero de Menezes aquilo que os portugueses necessitam. Uma oposição combativa, que apresente propostas e esteja presente nos momentos críticos. Uma oposição que seja de convergência quando as iniciativas são realmente úteis, não fazendo show off por pura politiquice. Queremos caras novas, com ideias e dinamismo. Que se corra com os barões porque esses não estão para fazer nada, apenas estão na fila de espera para um cargo do tipo presidencial ou corta-fitas.

Por último e não menos importante é a questão da CMG. Daquilo que pude depreender, o seu vice irá ser o novo presidente. Não me deixa saudade nenhuma quando Marco António era presidente da distrital. Aqueles discursos fanfarrões do "eu faço e aconteço" tornaram-no mais igual a um político politiqueiro. A sua cambalhota de Valongo para Gaia percebe-se facilmente: em Valongo ele sabia que não tinha grandes hipóteses pois deduzo que quando este actual presidente se deixar de candidatar a população escolherá alguém do PS. Ora vai dai, salta para Gaia fazendo de bombeiro de Menezes. No congresso de Pombal, como Menezes perdeu, este ficou como vice esperando por uma nova oportunidade, eis que ela surgiu.

Quanto ao Porto, e não me alongando mais, espero que Rui Rio se entenda com Menezes, porque esse entendimento só pode ter frutos positivos para as aspirações da cidade e dos portuenses.

PS: (Para TAF) Em relação à sua filiação, fico satisfeito pela honestidade com que assume a filiação. Quer seja no partido A ou B, a razão que o motiva é crucial. De facto, se há coisa que lhe posso dizer é que quer nos seus comentários, quer na gestão do blog, nunca percebi direito qual era a sua orientação política. Isso é importante uma vez que como já se deve ter apercebido há cá muito boa gente que passa a vida a "fazer campanha". Que todos os participantes assumam os seus propósitos como foi o seu caso.

Luís Gomes