De: Pedro Menezes Simões - "O «Portocentrismo» é a consequência natural de um sistema centralista"
A propósito disto, parece-me que há quem tenha uma visão um pouco estranha de qual é o papel dos presidentes de câmara num regime centralista. Hão-de me explicar por que motivo é expectável que os presidentes de câmara da Área Metropolitana do Porto (AMP) venham a pedir investimento público para municípios fora da AMP, seja para o Minho, Douro ou Trás os Montes.
No dia em que um Presidente de Câmara de um município pedir ao Governo para não investir no seu município, mas investir noutro, está na hora de se demitir. Pode até ser muito boa pessoa, pode até ser um acto muito louvável, mas está claramente a ir contra um dos seus deveres mais básicos: o de agir sempre no máximo interesse dos cidadãos que representa. Os Presidentes de Câmara têm como função defender o interesse dos seus munícipes. Não o interesse da sua região ou país. Para isso existe o Governo da República. E se este não é imparcial e distribui benesses sem defender o interesse global, a responsabilidade é só e apenas deste.
Por isso, antes de virem com acusações de "Portocentrismo", façam-me o favor de demonstrar em que é que estou errado neste raciocínio. Nunca confundi Política com Filantropia.
Pedro Menezes Simões