De: Rui Valente - "Filosofias pré-revolucionárias"
Cara Cristina Santos
Lembra-se de uma cançonetista franco-italiana chamada Dalida? Talvez seja demasiado jovem e não saiba, mas ela tinha uma canção que dizia assim: parole, parole, parole. É assim que me soam as suas teorias.
Olhe Cristina, se isso puder ser útil à filosofia pré-revolucionária que está a amealhar para depois actuar, aconselho-a a olhar mais para o que não se faz cá dentro e a deixar os espanhóis olharem pela vida deles. Fazem muito bem. Nós devíamos fazer o mesmo, mas não somos capazes. Paroles, solo paroles...
Estou tão preocupado com o que o governo faz pela minha região, como o governo central de Lisboa está inquieto com o domínio crescente de Madrid! Entenderá as semelhanças? Anda lá perto, só que comparativamente, a nossa condição de portuenses é bem pior.
O concreto de todas as filosofias resume-se a uma palavra: ACÇÃO!
Sabem muito bem elogiar a forma como os madrilenos estão a reagir à obra de Siza Vieira, mas não há coragem nem dinâmica para fazer como eles. Sabe porquê? Porque estamos demasiado acomodados às nossas filosofias de café e nos recusamos a passar a fronteira do preconceito.
O que devia ser prioritário neste momento era precisamente agir. É isso que a Associação de Municípios do Douro Superior resolveu fazer agora (e bem) para evitar que o governo central lisboeta lhes dê de presente uma Central Nuclear!
O município do Porto está caladinho ao bom estilo deste fantástico autarca que a Cristina tão sabiamente admira. Continue assim.
Rui Valente