De: António Alves - "Novo Veículo - Sinergias II"
«Bombardier developed for the Wiener Linien (Austria) a low-floor vehicle which is especially suited for the historic network of Vienna's U6 line. A total of 116 vehicles with level entrances and step-less interior will soon replace the old high-floor fleet.»
F. Rocha Antunes sugere aqui que alguém investigue "um eléctrico melhor, capaz de se comportar como verdadeira plataforma rolante de pessoas dentro de um circuito fechado, de forma ecologicamente aceitável, teríamos a verdadeira sinergia entre investigação, política de cidade e mobilidade". Eu pretendo deixar uma pequena sugestão no campo, não da investigação, mas das sinergias.
Tanto a CP Porto como a Metro do Porto utilizam veículos com tecnologia Bombardier. Em Guifões temos um grande complexo ferroviário constituído pelas oficinas da EMEF e da Metro. É também neste local que, após o abandono da Amadora pela multinacional canadiana, ainda se encontram técnicos e tecnologia Bombardier. Arrisco mesmo a dizer que Guifões é hoje o mais moderno centro de tecnologia ferroviária em Portugal.
A Bombardier tem fabricado várias soluções à medida para diversas cidades por esse mundo fora de que o exemplo de Viena é um dos mais conhecidos. E quem conhece Viena sabe a excelente utilização que lá fazem dos eléctricos rápidos e modernos para potenciar e facilitar a mobilidade urbana no seu centro histórico. O Porto, utilizando a capacidade tecnológica e fabril instalada em Guifões podia também juntar-se a estas cidades líderes.
A construção de veículos ferroviários modernos pelas grandes multinacionais obedece a uma filosofia modelar, isto é, a maioria dos seus componentes, principalmente nos órgãos de comando e tracção, são idênticos em todos os vários modelos fabricados. Como tanto a CP Porto como a Metro utilizam tecnologias Bombardier, a opção por eléctricos urbanos da mesma tecnologia constituiria uma "sinergia" que poderia poupar-nos muito dinheiro. Além de que as soluções Bombardier são comprovadamente de excelente qualidade, tendo recentemente conseguido o feito inédito de vender material ferroviário à francesa SNCF que historicamente só utilizava material do gigante gaulês Alstom.
A possibilidade de poder vir a constituir-se um cluster ferroviário especializado em veículos ligeiros - metros e tramways - em Guifões é uma hipótese que deve ser encarada com seriedade. Julgo que é uma área que tem um mercado promissor, tanto em Portugal como por esse mundo fora. Se tal conjugação de circunstâncias se verificasse num local mais a sul, mais próximo da Grande Lisboa, não faltariam ministros a tecer loas a tal oportunidade. Já seria PIN.
Declaração de interesses: nada me liga à Bombardier. Tento apenas fazer uma análise objectiva da realidade e chamar a atenção para uma possibilidade que poderá ser benéfica para a cidade e região.