De: F. Rocha Antunes - "Eléctricos grátis"
Meus Caros
Para desanuviar gostaria de falar de outro assunto que depende do mesmo Vereador, mas desta vez na Mobilidade: o regresso dos eléctricos à Baixa, anunciados para daqui a dias. Pelo que li na imprensa está previsto que seja feito um circuito de meia em meia hora com eléctricos clássicos, essencialmente virados para os turistas.
Já em tempos aqui propus que fosse feito mais do que isso, e seguindo as sugestões do plano de mobilidade da Porto 2001, deveríamos aproveitar o investimento que está a ser feito na infra-estrutura física para revolucionar a circulação na Baixa: encarar o eléctrico como um elemento importante da mobilidade dentro da Baixa, com capacidade para ligar eficientemente as duas zonas altas, a da Cordoaria e a da Batalha, com a Avenida dos Aliados e a Praça da Liberdade, dotados de uma frequência muito elevada que os transformasse em equivalentes às escadas rolantes dos centros comerciais, que se usam sem se pensar muito para percorrermos sem restrições os diferentes níveis e espaços. Estamos a falar de uma linha circular de pequenas dimensões que, com uma dúzia de eléctricos, poderia prestar um serviço excelente de deslocação entre toda a zona onde passa, sobretudo se for, como defendo, grátis.
Percebo que os STCP estejam a limitar essa frequência ao mínimo porque suportam os custos de circulação sem grande tráfego. Não tenho dúvidas que existem muitos comerciantes e proprietários de espaços, actuais e futuros, que investiam claramente no patrocínio publicitário de eléctricos grátis e que, pelo menos por essa via, se ultrapassava o problema.
A solução dos eléctricos grátis permite unificar o espaço central do comércio da Baixa a pode trazer a dinâmica que falta (concordo que depois da limpeza, que está miserável) para que a actividade comercial recupere e prospere como todos desejamos. Além do mais, é a solução ambientalmente mais eficaz. Falando noutro tipo de perequação, os direitos de carbono que podem vir desta operação dos eléctricos não são seguramente negligenciáveis, mas desses sei pouco mais do que relembrar a sua existência.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário