De: Paula Morais - "Seminário Revitalização Urbana, Qualidade de Vida e Competitividade das Cidades"
Caros participantes,
Seguindo o post de Cristina Santos, que aliás resume impecavelmente o conteúdo das intervenções deste Seminário promovido pela EXPONOR – Feira Internacional do Porto, ao qual também tive ontem oportunidade de assistir, venho acrescentar algumas impressões minhas sobre este evento.
De facto, este evento “fez justiça ao nome”, quer porque enquadrou excelentes intervenções que incluíram efectivamente nos seus discursos os três temas – revitalização urbana, qualidade de vida e competitividade das cidades –, quer porque reuniu exemplares e diferentes experiências, transformando-o num verdadeiro seminário.
Do painel da parte da manhã, dedicado à competitividade e à revitalização urbana da cidade do Porto, apreciei particularmente:
- - as sugestões apontadas pelo Vice-Presidente da Junta Metropolitana da AMP para a região urbana onde esta última se integra se transformar num centro competitivo do século XXI (quer a nível internacional, quer a nível nacional e local), como por exemplo, entre outras, a promoção do património histórico singular da cidade do Porto, ou a requalificação urbana e paisagística de um território exclusivo desta região e raro no mundo, o rio Douro e as suas frentes ribeirinhas que se estendem até ao litoral Atlântico, como factores estratégicos de atractividade para as diferentes categorias de turismo (de negócios, de lazer, de saúde, de conhecimento, etc.);
- - as informações dadas pelo Presidente da Comissão Executiva da Porto Vivo – SRU sobre a iniciativa e o interesse já existente por parte de investidores imobiliários na Baixa portuense, bem como sobre o rigor que os técnicos da SRU estão a atribuir às questões sociais relacionadas com o processo de reabilitação dos quarteirões-piloto no âmbito do Masterplan;
- - o exemplo apresentado pelo Prof. Álvaro Costa, da FEUP, dos factores a considerar na localização de uma empresa, dos quais deu uma especial atenção para o critério da qualidade do ambiente (físico e social) que deve acompanhar o critério da boa acessibilidade e mobilidade, prevalecendo mesmo, em determinados casos, sobre este último.
Apreciei igualmente a visita, incluída no programa do Seminário, às feiras que também integram a CIMEIRA DO AMBIENTE, SEGURANÇA E QUALIDADE, divididas em 4, a PORTUGAL AMBIENTE – 8.º Salão Internacional de Equipamentos, Tecnologias e Serviços Ambientais, a INTERMUNICIPAL – 5.º Salão de Produtos e Serviços para Municípios, a INTERSEGURANÇA – 4.º Salão Internacional de Projectos, Sistemas e Equipamentos de Segurança, e a QUALIDADE – 1.ª Feira de Produtos e Serviços da Qualidade, e que constituem, no meu entender, uma óptima oportunidade para a troca de informação entre os sectores público e privado sobre soluções para alguns problemas comuns relacionados com ambiente (lá estava exposto, por exemplo, um sofisticado veículo destinado à limpeza de vias urbanas), segurança, energia, processos e sistemas de gestão, entre outros.
Por fim, do painel da tarde, dedicado à apresentação das experiências estrangeiras em qualidade de vida urbana, dou um especial destaque:
- - à interligação e complementaridade entre transportes públicos de distintas velocidades em Rennes, sendo possível optar por um ou por outro meio de transporte em função da distância a percorrer (comboio rápido para distâncias regionais, metro para distâncias suburbanas, navettes para distâncias curtas);
- - à necessidade sentida em Estocolmo de se misturarem diferentes funções no espaço urbano (habitação, trabalho, lazer, etc.), para evitar desperdícios de tempo em deslocações casa-trabalho, por exemplo;
- - à reconversão de usos do edificado operada no centro da cidade de Bilbao no âmbito da requalificação urbana e ambiental desta cidade, aproveitando estruturas fabris obsoletas para a localização de funções mais harmonizadas com a qualidade de vida urbana;
- - à importância dada ao peão, e à progressiva eliminação do automóvel como principal meio de locomoção à superfície nas cidades americanas, a ponto de se efectuarem avultados investimentos em infra-estruturas tais como a criação de vias rodoviárias a nível do subsolo.
Em síntese, um evento de excepcional qualidade a repetir.
Paula Morais
Arquitecta