De: F. Rocha Antunes - "O tom e a maneira com que se pratica a discussão"
Meus Caros
Já aqui repeti a importância que os processos de discussão pública têm para a criação de uma Cidade melhor. Hoje gostaria de apelar a uma participação empenhada e combativa de todos os que se importam com o Porto. Não podemos estar sempre a reclamar maior abertura e participação e depois aparecermos sempre os mesmos “gatos-pingados” do costume.
Como todos os exercícios colectivos é muito importante termos em atenção com o tom e a maneira com que falamos uns com os outros, senão as coisas acabam invariavelmente na balbúrdia clássica das reuniões de condomínio. Uma discussão pública serve para discutir o assunto concreto e da forma que está estabelecida. A tentação de dizer umas “verdades” é grande mas completamente inútil e pode pôr em risco a parte importante, que é a própria discussão pública.
O maior favor que podemos fazer a todos os que são contra as discussões públicas, e são muitos, é torná-las inúteis e confusas. Os que achamos que são um exercício fundamental da cidadania temos que lutar para que elas demonstrem a todos a sua utilidade, começando pelos responsáveis dos planos, pelos políticos que podem aproveitar para repensar tudo ou parte do que os técnicos lhes propuseram e por todos nós que podemos ir melhorando a nossa ideia de cidade. Por exemplo, era importante que todos tenhamos lido o que está publicado. Parecendo que não, simplifica.
Até logo.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
PS- Caro Nicolau Pais, foi excelente a ideia de trazer aqui o programa eleitoral. Só não percebi o seu comentário ao facto de o concurso da Praça de Lisboa só ter tido um concorrente. Estou interessado em saber porque sou responsável pela única proposta que apareceu, já que de Janeiro a Maio mais ninguém quis investir naquele local.