De: Nicolau Pais - "Novas Avenidas"
Caro Tiago Cortez
Dê-me licença que inclua neste blog não uma resposta ou rebate ao seu ponto de vista, mas antes a mudança do seu "centro de gravidade".
Espanha é a Economia que mais cresce na UE há 10 anos consecutivos; muito desse crescimento encontra-se hoje perigosamente caducado pela chamada "bolha do imobiliário" para a qual uma das principais "contribuidoras" é, precisamente a Comunidade Valenciana - o apogeu da teoria da construção já era, como provam os escândalos de corrupção envolvendo, por exemplo, a "alcaideria" de Benidorm. Talvez por isso, cansados da megalomania típica dos problemas de proximidade Poder/Munícipes, milhares de madrilenos se tenham manifestado (não há muito) em pleno centro de Madrid contra o abate de árvores constante do projecto do Arq. Siza Vieira, que teve, claro, aval político... Se não me engano, qualquer "loco" que propusesse uma via destas num bairro residêncial de Madrid, Barça ou Valencia se habilitava a uma tourada de protestos que, como quase tudo no país vizinho, iriam até "al final", para bem ou para pior :):):)!
Partilho consigo o gosto por Valência (aliás, por uma boa parte do que é feito no país vizinho a nível de cidades) e concordo com a sua visão de um Porto futuro mais urbano, mais aberto e cosmopolita; tenho dúvidas é que lá cheguemos rasgando uma freguesia de 5000 eleitores com uma Av. que, como Alexandre Burmester muito bem lembrou aqui, tem 20% da área total da freguesia. E se, como descreve e bem, as grandes vias podem estruturar a "planta" das cidades, comecemos, por ex., pela Av. da Boavista! Que dirá um Valenciano que lhe ausculte o estado do piso ou o desperdício da riqueza que vale o seu património afectivo, cultural e edificado?
Cumprimentos.
Nicolau Pais.