De: Valério Filipe - "O comum dos dias em São Lázaro"

Submetido por taf em Quarta, 2006-05-17 23:55

em S. Lázaro

Continuo a escrever sobre este pequeno pedaço de cidade onde trabalho.

Ontem, durante a tarde, houve mais uma alteração de ânimos entre as frequentadoras do Jardim. A malta da sueca, cansada de cartas aproveitou para vir espreitar, e eu para tirar uma foto. Durante a chamada para polícia, uma vez que a agredida estava sozinha, apenas defendida por um dos presentes, a coisa, tal como começou, amainou, a agredida (que fora a primeira agressora e se arriscava a levar "pancada de criar bicho") foi embora. O guarda do jardim, de quem tenho sincera pena, nada pode fazer tal a quantidade de ameaças que recebe no caso de pretender colocar alguma ordem. Lá está ele no meio do jardim, mais descansado porque o problema (que começara dentro do Jardim) já estava fora da sua jurisdição.

Toda esta situação é complicada de resolver. A polícia já me referiu sentir-se mãos atadas, uma vez que pouco mais pode fazer do que patrulhas e o ocasional pedido de identificação. O guarda do jardim está sozinho, sujeito aos mais vis insultos (e ameaças físicas) sempre que pede às pessoas para sairem do jadim.
Nesta rua apenas funcionam os serviços de fiscalização trânsito, que nalgumas manhãs, movimentam cerca de 10 a 15 pessoas e vários reboques.
Pensei que se poderia criar um Porto Feliz II (ou um Porto Mais Feliz), mas a primeira intervenção foi um fracasso e só o Dr. Paulo Morais deixou de ver arrumadores.

Assim, não funcionando os programas da Câmara (e de outras instituições), resta o policiamento.
Neste ponto, a CMP não tem responsabilidades directas sobre o trabalho da PSP, mas pode, e deve, dar indicações a esta corporação sobre quais as zonas em que pretende maior policiamento, ou pelo menos, em que petende que a PSP seja mais vísivel. Isto sem contar com essa "força policial" municpal, cuja competência (literal) é muito pequena.

Na falta de um eficaz policimanto, temos, cada vez mais, em diversos pontos da cidade, conjuntos de moradores, a recorrer a segurança privada.
Veja-se o exemplo de um empreendimento junto ao Aleixo (sem contar com o que pretendem os comerciantes da Ribeira). Os moradores contrataram uma empresa de segurança (para o exterior e interior do edifício) que funciona 24 sobre 24 horas, 7 dias por semana. Não existe, nesse empreendimento, da parte do comércio e serviços, pelo menos, qualquer queixa de falta de segurança. E a vigilância que é feita é apenas de visibilidade, uma vez que, detectado qualquer problema, os seguranças apenas podem chamar a polícia.

Resta-nos pois, abandonados que estamos pela CMP e pela PSP, criar a Associação de Comércio e Serviços do Eixo Santo Ildefonso/ Poveiros/ São Lázaro e contratar uma empresa de segurança privada que circule por estas artérias e garanta aos nossos Clientes segurança.

Valério Filipe
vnfilipe@gmail.com