De: Pedro Lessa - "Mobilidade"
A ideia apresentada por F. Rocha Antunes parece-me de facto interessante. Parece-me que toda e qualquer sugestão para contribuir para a boa mobilidade na nossa cidade é sempre benéfica porque pior não poderíamos estar. Já existem mais alternativas, é certo, mas ainda falta um pouco mais de articulação entre elas. A constatação a que se chega é que, infelizmente, mais uma vez, umas das razões para a má aplicação dos planos existentes (alguns com qualidade aceitável, note-se) é de natureza politica, como constata e bem Rio Fernandes. O maior problema da nossa cidade nos últimos anos é político.
Retornando à ideia de Rocha Antunes, apenas lhe encontro uma variante um pouco discutível (quiçá ingénua), mais concretamente a parte de serem os comerciantes a custearem tal operação. Eventualmente o que Rocha Antunes pretendia dizer era que poderia ser a Associação de Comerciantes a pagar. Efectivamente, como tem os cofres bem recheados, depois daquela negociata vergonhosa do PP das Antas, não pesaria assim tanto nos dinheiros da Associação. Porque como estão, com a corda na garganta, os comerciantes nem se revêm nem nesta direcção, nem (mais grave) arranjam motivação para encontrar alternativa à actual direcção da Sra. D. Laura.
Quanto à aplicabilidade da ideia de R.A., mais uma vez tenho sérias dúvidas que avance, como tenho dito no passado. É que por vezes parece que quem planeia a cidade não vê o essencial nem se apercebe de soluções tão simples (toda a gente as vê) de pôr em prática.
Indico um exemplo. Quem conheceu a Praça Carlos Alberto de há uns anos, concordará que a actual não tem nem um terço do movimento de outrora. Devido a variados motivos (fecho da Rua de Cedofeita ao trânsito, a cratera das obras aberta durante anos, deslocação da Fac. Ciências, Engenharia, etc etc). Pois bastava uma pequena alteração, coordenada (lá está) com a mobilidade. Faria toda a diferença que os autocarros vindos pela Rua José Falcão, em vez de seguirem em frente para a Praça Gomes Fernandes (onde até já fazem tempo, parados, como na Avenida) e de seguida Leões, desviassem pelo Largo Moinho de Vento, dessem a volta à Praça Carlos Alberto e acedessem na mesma aos Leões. Esta pequena alteração ordenaria o caos de estacionamento que existe actualmente no Largo Moinho de Vento e Carlos Alberto e também os dinamizaria, porque quem lá passa percebe o pouco movimento e a imundice que lá existe. E por outro lado, para além de deixar de se verificar a destruição sistemática do pavimento da curva da Praça Gomes Fernandes para os Leões, esta Praça dos Leões poderia estar totalmente reservada para o peão, desde o edifício da antiga Fac. Ciências até à frente dos Armazéns.
Curioso também é que esta solução já esteve em prática, aquando precisamente do arranjo do pavimento da rua na Praça dos Leões provocado pelos autocarros, e ninguém se apercebeu da transformação que sofreu o Largo Moinho de Vento e da Praça Carlos Alberto. Nem pareciam os mesmos.
Para terminar, e a propósito dos eléctricos, sugiro que o apanhem na viagem que o Carlos Romão fez (13/04/06) no seu fantástico A Cidade Surpreendente. Brilhante.
Cumprimentos,
pedro lessa
pedrolessa@a2mais.com