De: Paulo Espinha - "A Subversão dos Instrumentos de Gestão do Espaço Urbano"
A ideia da aplicação de taxa de utilização de ocupação de espaço urbano de estacionamento surgiu há muitos anos, resultado da simples equação da economia - oferta reduzida vs procura elevada, aliada ao grau de elasticidade de uma relativamente à outra (está nos livros, cf., Samuelson, etc...) A ideia era simples, quase democrática (como é de facto a rodovia) e usava-se a moeda (pagamento do espaço-tempo) como instrumento de gestão desse mesmo espaço-tempo.
Portanto, mantendo a lógica que esteve na génese da implantação dos diversos sistemas de taxação do estacionamento, no caso da procura se verificar inferior à oferta, não se devia taxar o espaço-tempo, pois deixa de ser um bem escasso - logo, em princípio, deixa de ter valor! Então, perguntar-se-á - MAS COMO É QUE O UTILIZADOR SABE QUANDO DEVE OU PODE NÃO PAGAR? Resposta: O UTILIZADOR NUNCA TEM A CERTEZA, À EXCEPÇÃO DE SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS!
E A CÂMARA? Bem... Já a Câmara tem a certeza que andar a autuar veículos às 9:30 da manhã, todos os dias nesta semana de AGOSTO, todos os carros em transgressão em plena Praça da República, DÁ DINHEIRO! Pois a ocupação de lugares na praça a essa hora não tem ultrapassado os 25%. DE FACTO, A ÚNICA CERTEZA É QUE DÁ DINHEIRO! A GESTÃO DO ESPAÇO-TEMPO JÁ NÃO INTERESSA PARA NADA!!
ESTÃO A VER COMO SE SUBVERTE A GESTÃO ESPAÇO-TEMPO URBANOS! É QUE A ÚNICA PROCURA EM EXCESSO NESTE MOMENTO É DA PRÓPRIA AUTARQUIA E É POR...
Boas Férias
Paulo Espinha
Nota: Verdadeiramente democrático é o ar que respiramos! Já viram o que pode vir a suceder... numa lógica semelhante... e tudo em nome do povo, legitimamente representado pelos eleitos, os quais são os verdadeiramente subsidiados... AH, VIDA MADRASTA... MAS AFINAL QUEM É QUE INVENTOU A RENDIBILIDADE DO ESPAÇO URBANO PÚBLICO?